Exclusivo Nuno Amado passa a chairman do BCP, Miguel Maya vai ser o novo CEO
Depois de semanas de discussão entre a Fosun e a Sonangol, há um entendimento para Nuno Amado passar a chairman do BCP e Miguel Maya a CEO. Só falta o 'ok' do BCE.
A Fosun e a Sonangol, os dois principais acionistas do Millennium bcp, já chegaram a um princípio de acordo para a administração do banco no próximo triénio, e com mudanças face ao que se esperava: António Monteiro vai mesmo sair de chairman e será substituído por Nuno Amado, mas com competências reforçadas, enquanto Miguel Maya passará a presidente executivo, apurou o ECO junto de várias fontes do setor financeiro que estão por dentro das negociações. A assembleia geral de acionistas do banco, eletiva, será a 15 de maio, e os nomes dos órgãos sociais têm de passar ainda o teste ‘fit and proper’ do BCE.
Nas últimas semanas, os contactos e as negociações entre a Fosun, o maior acionista do banco com 25%, e a Sonangol, com cerca de 19%, intensificaram-se. Ficou, desde logo, acertado que António Monteiro deixaria de ser chairman, como o ECO antecipou. E já é possível revelar que vai ser o próximo presidente da Fundação BCP, hoje liderada por Fernando Nogueira.
Além disso, havia ainda nos últimos dias três cenários possíveis, um dos quais, apesar de tudo, pouco provável: A escolha de um novo chairman, difícil tendo em conta que seria sempre necessário encontrar um nome de consenso entre os dois acionistas e a autorização do regulador, o BCE. A segunda alternativa, a que colocava mais dificuldades ao banco perante o BCE, seria a acumulação de funções de Amado como chairman e CEO, até porque seria sempre uma solução de transição. Sobrava a terceira, a que acaba por ser a escolhida, e que passa também de alguma maneira por uma alteração das competências e poderes do chairman e do presidente executivo. Nuno Amado será um presidente do conselho de administração com poderes reforçados, enquanto Miguel Maya será o líder executivo e operacional.
Neste momento, segundo apurou o ECO, está ainda em discussão com o BCE até a terminologia dos cargos de Amado e Maya. Esta redistribuição de poderes entre as duas funções justificará, até, a designação de chairman executivo e de vice-presidente executivo. Mas mesmo que esta classificação venha a ser aceite, coisa para a qual o BCE parece pouco disponível, significa na prática uma mudança de funções dos dois gestores. O ECO tentou contactar os acionistas, mas até à hora de publicação desta notícia, não foi possível obter quaisquer comentários.
O ECO sabe que durante este fim-de-semana continuarão as discussões entre os acionistas e o BCE tendo em vista fechar este tema e, além disso, a própria lista. A Fosun e a Sonangol defenderam junto da autoridade de supervisão europeia um conselho de administração com pelo menos 19 membros, enquanto o BCE quer limitar o conselho, no máximo, a 17, mas desejavelmente a 15. E isso coloca dificuldades na definição do número de membros da comissão executiva: cinco ou sete, já que tem de haver, por força das regras de governação, um número de administradores não executivos superior ao número de executivos. Além disso, é preciso garantir o número de independentes suficientes para os diversos comités, como o de remunerações ou de auditoria.
Com todas estas mudanças, cuja definição acabou também por tardar por causa das mudanças de poder e gestão na Sonangol, o BCP vai entrar num novo ciclo. Já com lucros apresentados em 2017, a nova administração e a comissão executiva – que também será renovada com a entrada de uma cara nova indicada pela Sonangol em substituição de Conceição Lucas e de Iglésias Soares – têm de manter a trajetória do ano passado. O Millennium BCP apresentou um saldo positivo de 186,4 milhões de euros, 7,8 vezes mais do que no ano anterior.
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