Quem é Miguel Maya, o novo CEO do BCP? “Um gestor que não foi feito à pressa”
Miguel Maya pode não ser um nome conhecido do público, mas não é desconhecido do banco. O gestor conhece bem os cantos à casa, onde já está há 22 anos.
Miguel Maya vai ser o novo presidente executivo do Millennium BCP. O gestor pode não ser conhecido do público, mas é muito conhecido no banco: Está na instituição financeira praticamente desde que saiu da faculdade, onde se formou em gestão. “Maya é um gestor que não foi feito à pressa”, confidencia ao ECO uma das pessoas que melhor o conhece profissional e pessoalmente. O homem que vai substituir Nuno Amado no cargo de CEO já passou por várias áreas do banco, nomeadamente pela direção de marketing de empresas, diretor geral da Nova Rede, chefe de gabinete do então presidente Carlos Santos Ferreira e, mais recentemente, vice-presidente da comissão executiva.
Quem é, afinal, Miguel Maya? “É um mouro de trabalho e, às vezes, teimoso, o que nos dias de hoje não sei se é um defeito”, refere, com ironia, outro colega no BCP. “E vai liderar o banco pelo exemplo, não pela palavra”, acrescenta. O gestor tem uma vantagem enorme em relação a Nuno Amado. “Miguel Maya conhece toda a gente, a história pessoal e o nome de cada funcionário. Além disso, quando Amado entrou, em 2012, foi obrigado a seguir uma estratégia de salvamento; agora Miguel Maya vai ter de pôr o banco a voar”, atira um alto quadro do BCP.
Se há quem diz que Miguel Maya não é um gestor “feito à pressa”, outros acrescentam que se preparou exatamente para este momento, para chegar à presidência do BCP. “Tem vindo a preparar-se”, insiste um gestor do BCP, e terá a sua equipa dentro do banco. Mesmo assim, todo os que falaram com o ECO garantem a proximidade pessoal e profissional entre Nuno Amado e Miguel Maya. “Maya é frontal e não faria nada contra Amado”. Aliás, como o (ainda) presidente executivo do BCP referiu esta semana, em Famalicão, “vai haver uma continuidade clara na gestão do BCP e uma continuidade clara na evolução do banco, isso é inquestionável”. A liderança do BCP vai “continuar a fazer o trabalho feito nos últimos seis anos, com uma enorme profundidade”.
O gestor que vai substituir Nuno Amado na presidência executiva do banco completa 54 anos em junho. E, desses, 22 foram passados no BCP. Foi em 1990, depois de se formar em organização e gestão de empresas pelo ISCTE, que Miguel Maya entrou no Banco Português do Atlântico (BPA), com funções na área comercial, segmento de empresas e responsável pela coordenação do gabinete central de análise económica e financeira. Um banco que acabou depois por ser absorvido pelo BCP, com Maya a integrar a equipa de coordenação do projeto de integração.
Mas a sua presença no BCP não ficou por aqui. Depois de passar pela direção de marketing de empresas, o próximo presidente executivo do BCP rumou, em 2001, a Barcelona para desempenhar as funções de CEO da sociedade Managerland, as operações de internet banking do grupo BCP e Sabadell. Mais tarde, assumiu a direção geral do BCP e foi membro do comité executivo de retalho. “Miguel Maya sempre esteve muito próximo das novas tendências, da banca digital e da inovação financeira”, refere ao ECO um gestor de um banco concorrente.
Miguel Maya tornou-se depois chefe de gabinete do presidente do conselho de administração executivo do BCP, então liderado por Filipe Pinhal. Quando Carlos Santos Ferreira entra no BCP, convida Maya para se manter em funções, o que aceitou. O gestor assumiu, mais tarde, o cargo de administrador do BCP, substituindo Armando Vara depois de este ter sido afastado por causa do processo Face Oculta.
Neste processo de “mudança suave”, como é classificada a promoção de Maya a presidente executivo do Millennium BCP, o que vai trazer o gestor ao BCP? “Neste novo ciclo, Maya vai trazer ainda mais solidez”, antecipa um gestor de banca. “Vai pôr as pedras que faltam, uma a uma, de forma robusta, porque é esse o seu perfil”.
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