João Proença: “Posso dar uma contribuição” para a paz social na Altice

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 15 Março 2018

Ainda não respondeu ao convite para participar no novo conselho consultivo da Altice, mas assume que o desafio é aliciante. João Proença só aceita se "achar que aquilo tem condições para ter sucesso".

João Proença só vai aceitar participar no conselho consultivo para as relações laborais da Altice se entender que a estrutura “contribui positivamente para a paz social”. O antigo secretário-geral da UGT confirma o convite, mas diz que ainda está a ponderar. “O conselho tem de ter condições para ter sucesso”, para “ser independente e para poder desempenhar um papel positivo”, nota.

O engenheiro frisa que a estrutura ainda não está criada. “Neste momento não há conselho consultivo, nem tenho papel”, começa por dizer ao ECO. O convite partiu do presidente do Conselho de Administração da empresa, mas Proença ainda não deu resposta. “Até porque só aceitarei se achar que a estrutura contribui positivamente para a paz social da empresa”, vinca.

O desafio é “aliciante”, mas “simplesmente só aceito se achar que aquilo tem condições para ter sucesso”, remata. “Qual é a função, a composição, se aquilo tem condições boas para funcionar, é mais isso”, precisa.

E teme João Proença que esta função o cole de alguma forma à administração que o considerou um trunfo para alcançar a paz social na empresa? “Não, essa é uma das condições”, avisa. “Não terei qualquer efeito negocial com o sindicato, as negociações serão entre a administração e o sindicato; isto é um conselho consultivo, também dialoga com as estruturas sindicais, mas num quadro diferente, não é negocial”, reforça.

Portanto, nem parte da estrutura patronal nem parte da estrutura sindical: “Claro, por isso digo que o conselho tem de ter condições para ter sucesso”, para “ser independente e poder desempenhar um papel positivo”, salienta João Proença, que também é atualmente o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE.

Fui convidado para integrar o Conselho Consultivo da Altice, mas neste momento ainda estou a ponderar, até porque só aceitarei se achar que a estrutura contribui positivamente para a paz social da empresa.

João Proença

Ex-secretário geral da UGT

João Proença liderou a UGT — central com assento na concertação social — durante 18 anos, até 2013. Assinou vários acordos, com diferentes governos. Pode ser um trunfo para alcançar a paz social na empresa? “Posso dar uma contribuição”, responde, assumindo depois experiência em lidar com conflitos “e sobretudo” no âmbito do “diálogo social”.

A notícia de que João Proença integraria este conselho consultivo foi avançada na terça-feira pelo Jornal Económico. O CEO da Altice confirmou depois a informação, em entrevista ao Dinheiro Vivo e TSF.

Foi precisamente pelos jornais que os representantes dos trabalhadores da Altice souberam da notícia e a novidade não caiu bem, avança o Expresso. O nome não será consensual porque os três maiores sindicatos do setor são da CGTP, acrescenta.

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