PT promete diálogo, sindicatos veem “luz ao fundo do túnel”

Terminada a reunião entre PT e sindicatos, a Altice garante estar "empenhada no diálogo social com seus sindicatos e com o Comité de Trabalhadores". Cláudia Goya promete "manter um diálogo aberto".

Os sindicatos ligados à PT Portugal estiveram reunidos com a nova presidente executiva da empresa, Cláudia Goya, durante a manhã desta quarta-feira. Mas ainda decorria o encontro e já o grupo Altice emitia um comunicado onde reitera que a empresa “está empenhada no diálogo social com seus sindicatos e com o Comité de Trabalhadores, como foi disso exemplo a assinatura do Acordo de Empresa cujas negociações tinham estado paradas vários anos”, lê-se na nota enviada às redações. Terminada a reunião, os sindicatos veem agora “uma luz ao fundo do túnel”.

“Na reunião de hoje, para além das apresentações mútuas, todos os participantes tiveram oportunidade de expor os seus pontos de vista sobre os assuntos da atualidade da empresa. Cláudia Goya, a nova CEO, reforçou o compromisso de manter um diálogo aberto sobre questões sociais com as partes interessadas”, lê-se na mesma nota. A empresa sublinha ainda que “iniciou um processo de transformação acelerada para se tornar um player digital global focado em convergência, serviços/conteúdos e advertising“.

Como o ECO avançou em primeira mão, está em causa, sobretudo, um relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), onde a inspeção dá conta de 150 infrações na empresa, com coimas a poderem chegar aos cinco milhões de euros. O relatório menciona casos de assédio moral e trabalhadores sem funções, entre outras infrações, e veio corroborar algumas das queixas que tinham vindo a ser feitas pelos sindicatos.

A ACT não conseguiu, porém, provar que a PT estava a realizar um despedimento coletivo “encapotado”, transferindo trabalhadores para outras empresas do grupo. Era uma das principais queixas dos trabalhadores.

Sindicatos queriam “mais respostas”, mas já veem “luz ao fundo do túnel”

“Queríamos mais respostas”, confessou Eduardo Colaço, coordenador para a área de telecomunicações do Sindetelco, um dos sindicatos ligados à PT. “Há muitas questões que nem sequer falaram nelas. A partir do momento em que a empresa diz que está disposta em retomar o diálogo social e fazer com que esta onda de conflito termine entre as várias organizações, não fiquei satisfeito, mas também não fiquei insatisfeito”, acrescentou o sindicalista.

“Há aqui várias portas que se abriram e que, até à data, estavam fechadas. Desde a última reunião que tivemos no mês de junho que não havia diálogo ou qualquer tipo de reunião com a empresa. Hoje foi a primeira em que ficou plasmado que outras iniciativas viriam a acontecer”, indicou também. E concluiu: “Vemos uma luz ao fundo do túnel. Até à data, não havia luz nenhuma.”

Vemos uma luz ao fundo do túnel. Até à data, não havia luz nenhuma.

Eduardo Colaço

Coordenador no Sindetelco

Segundo fontes sindicais, a empresa estará na expectativa de saber o que poderá mudar com a proposta de lei do PCP para travar despedimentos como o que dizem estar a acontecer na PT, com a transmissão de trabalhadores para outras empresas. A esta reunião segue-se outra entre os sindicatos para avaliarem as conclusões do encontro com Cláudia Goya. Será esta tarde, a partir das 16h00.

Esta quinta-feira, os sindicatos reúnem-se com os secretários de Estado do Emprego e das Infraestruturas, Miguel Cabrita e Guilherme W. d’Oliveira Martins, esta quinta-feira.

(Notícia atualizada às 14h30 com a posição do Sindetelco)

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