Fitch: “Riscos políticos” nunca agravaram a crise portuguesa
A Fitch pôs Portugal numa lista de países em que a instabilidade política foi irrelevante ou inexistente no que diz respeito à notação atribuída à dívida soberana... ao contrário de Grécia e Itália.
O risco de instabilidade política em Portugal nunca terá contribuído significativamente para provocar ou agravar a crise financeira que começou em 2010, indica um relatório da agência de notação financeira Fitch, citado pelo Diário de Notícias. O jornal refere que a agência coloca Portugal numa lista de 20 países que enfrentaram crises graves, mas para as quais o fator político pouco ou nada contribuiu.
O diário chama a estes países de “imunes à instabilidade política” e identifica outras nações na mesma situação: Espanha, Chipre, Eslovénia e Irlanda. Mas, apesar de, segundo a Fitch, o risco político ser algo “difícil de medir”, existe sempre que se verifiquem riscos geopolíticos (risco de guerra comercial ou outros), tensões sociais (como violência civil), entre outras variáveis. Segundo o jornal, o caso de Portugal foi que a crise teve mais um caráter de instabilidade financeira e de finanças públicas do que um caráter político.
Em contrapartida, Grécia e Itália terão sido países em que os riscos associados à política acabaram por “amplificar” a degradação do rating atribuído pela agência.
A Fitch é uma das agências de notação financeira que retirou a dívida portuguesa do nível especulativo no final do ano passado, a par da Standard & Poors. Esta última ainda na semana passada reafirmou a notação de investimento dada à dívida portuguesa, reafirmando o outlook estável (para melhorar, o país tem de reduzir a dívida pública).
Por sua vez, a DBRS nunca chegou a retirar a dívida portuguesa da categoria de “lixo”, o que permitiu a Portugal continuar a beneficiar do programa de estímulos do Banco Central Europeu. Já a Moody’s é a única agência que ainda tem Portugal no “lixo”, uma situação que deverá evoluir já no próximo dia 20 de abril.
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