Portugal chama embaixador português em Moscovo
Portugal decidiu não expulsar nenhum diplomata russo, mas Santos Silva admite que a posição portuguesa pode mudar, "como a de todos" os restantes países.
Portugal acompanha o movimento internacional de condenação à Rússia pelo envenenamento do ex-espião russo no Reino Unido. Depois de 27 países em todo o mundo terem ordenado a expulsão de mais de 140 diplomatas russos, Portugal decidiu chamar o embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, para “consultas”.
“Tomámos boa nota e em consideração decisões que os países mais próximos, amigos e aliados, foram tomando e decidimos hoje chamar o embaixador português em Moscovo para consultas”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, em entrevista à RTP esta terça-feira.
Tomámos boa nota e em consideração decisões que os países mais próximos, amigos e aliados, foram tomando e decidimos hoje chamar o embaixador português em Moscovo para consultas.
Augusto Santos Silva reiterou que Portugal decidiu não expulsar nenhum diplomata russo, mas admitiu que a posição portuguesa pode mudar “como a de todos” os restantes países.
A opção nacional prende-se com o uso “da prudência” no plano bilateral de forma a “defender os interesses nacionais”, justificou Santos Silva, acrescentando que a “lógica de não-confrontação há muito que caracteriza a política externa” portuguesa.
Santos Silva alertou ainda que “este é um processo que ainda está provavelmente no seu início” e que “é preciso evitar qualquer lógica de escalada”. “Como o secretário-geral da NATO hoje disse, é preciso mostrar firmeza perante a Rússia, mas ao mesmo tempo manter diálogo político com a Rússia. Essa é orientação de Portugal”, acrescentou.
A NATO esta terça-feira decretou a expulsão de sete diplomatas russos, isto ao mesmo tempo que rejeitou pedidos de acreditação de outros três. Uma resposta diplomática à morte de espião russo, Serguei Skripal, envenenado com gás tóxico no Reino Unido.
Chamada de embaixador português em Moscovo é “aviso” e “decisão forte”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui “um aviso” e “uma decisão forte por parte do Estado português”.
O cChefe de Estado falava à entrada para a estreia de uma peça no Teatro Municipal Mirita Casimiro, em Cascais, onde comentou esta decisão anunciada hoje à noite pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em entrevista no Telejornal da RTP. “É uma forma muito clara de sinal ou, se quiser, de aviso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP, acrescentando: “É uma decisão forte por parte do Estado português”.
Antes, o Presidente da República referiu que “a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa, como se sabe, significa que durante um período, mais ou menos curto, mais ou menos longo, a presença do mais alto representante diplomático português num país deixa de existir”.
(Notícia atualizada com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa)
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