Após compra do Deutsche Bank em Portugal, Abanca de olho na CGD em Espanha
O banco espanhol assinou há poucos dias a compra do Deutsche Bank em Portugal. O presidente do Abanca não descarta novas compras no mercado nacional, mas está de olho na CGD em Espanha.
No início desta semana foi assinada a compra do negócio do Deutsche Bank em Portugal pelo Abanca, mas o banco espanhol poderá não dar como encerrado o interesse de eventuais novas aquisições no setor. Apesar de não haver nenhuma decisão definitiva, o Abanca estará de olhos no Banco Caixa Geral, da CGD, em Espanha.
Esse interesse foi revelado por Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca, durante um encontro informal com jornalistas que decorreu nesta quinta-feira em Lisboa. No encontro que teve como objetivo revelar mais pormenores em torno da concretização da compra do negócio português do Deutsche Bank, o presidente do banco galego disse que em Portugal o principal objetivo passa agora por crescer organicamente. Mas disse também que o Abanca está atento a oportunidades de aquisição que possam surgir não só em Portugal, como em Espanha também.
“Estamos sempre abertos a oportunidades de crescimento inorgânico”, começou por assumir Juan Carlos Escotet. Quando questionado relativamente a um eventual interesse de comprar o negócio do Banco Caixa Geral em Espanha, cujo processo final de venda foi lançado pela CGD no final do ano passado.
“Não é nada que esteja decidido“, começou por dizer Juan Carlos Escotet relativamente ao interesse em avançar para o negócio da compra do Banco Caixa Geral em Espanha, considerando que “pode ser uma alternativa interessante“.
Objetivo é crescer organicamente em Portugal
Juan Carlos Escotet, que preside à Banesco Internacional, holding venezuelana que detém mais de 87% do capital do Abanca, disse que relativamente a Portugal, a prioridade agora passa por crescer organicamente. Um crescimento potenciado com a aquisição do Deutsche Bank que juntando às quatro agências do Abanca permite alargar para 45 o total de balcões em território nacional.
Em termos de atividade, o foco será sobretudo a banca privada, o desenvolvimento do segmento de crédito às empresas, mas também na comercialização de produtos de seguros.
“O modelo desenvolvido pelo Deutsche Bank em Portugal é absolutamente complementar e atrativo“, disse o Juan Carlos Escotet no que respeita à estratégia de especialização pretendida em território nacional pelo Abanca. Relativamente à aposta em Portugal, que integra a rede de dez países em que o Abanca está presente a nível mundial, o presidente da instituição financeira galega diz que surgiu com o objetivo de aproveitar “um momento francamente interessante que se está a viver“, salientando tratar-se de uma aposta que “faz muito sentido”.
Negócio fechado em 2019. “Comprámos muito bem”
A compra do Deutsche Bank que ainda está dependente da aprovação das entidades reguladoras do setor, algo que o Abanca espera vir a acontecer no prazo de quatro a cinco meses, mas a integração das duas instituições está prevista acontecer ao longo do primeiro semestre do próximo ano. Findo esse processo será criada uma marca única, sob a chancela do Abanca.
Com a recente aquisição em Portugal, o Abanca junta aos seus 45 colaboradores a nível nacional, os 330 que trabalham nos balcões do Deutsche Bank a nível nacional. O objetivo do Abanca é manter todos esses funcionários no ativo, na rede alargada de balcões que irá passar a ter. “É um projeto em que cabe toda a equipa“, assumiu Juan Carlos Escotet. Já no que respeita ao número de balcões, o objetivo é manter os atuais, pelo menos para já.
Relativamente ao montante que o Abanca teve de desembolsar para ficar com o negócio nacional do Deutsche Bank, o presidente do Abanca disse não poder revelar a quantia em causa por estar protegida ao abrigo do contrato de compra e venda. “Comprámos muito bem“, disse contudo, acrescentando que “foi um preço conveniente para ambas as partes“. O objetivo é o Abanca continuar a operar em Portugal com o estatuto de sucursal.
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