Rússia e Emirados estão na mira do turismo médico nacional, diz Salvador de Mello

Em conversa com o ECO, Salvador de Mello, presidente do Health Cluster Portugal e CEO da José de Mello Saúde, diz que o setor do turismo médico nacional tem um potencial de 100 milhões de euros.

O que falta a Portugal para que concretize “o potencial de 100 milhões de euros” do seu setor de turismo médico? Trabalhar na reputação internacional, responde o presidente do Health Cluster Portugal e CEO da José de Mello Saúde. Em conversa com o ECO, Salvador de Mello explica que, apesar de ainda estar pela frente um longo caminho, os resultados dessa demanda podem ser bastante vantajosos para a economia nacional.

Health Cluster Portugal reúne 170 hospitais, farmacêuticas, universidades e centros de investigação.

“Penso que o que falta é trabalharmos na reputação externa do país na área médica. Portugal é reconhecido em muitas áreas, mas ainda não é reconhecido como centro de excelência na área da medicina”, sublinha o representante da associação que reúne 170 hospitais, universidades, centros de investigação e farmacêuticas.

Segundo Salvador de Mello, esse esforço no sentido da projeção internacional portuguesa já está a ser começado com “visitas de prospeção e com a participação em feiras de turismo”. Os mercados alvos? “A Rússia, os Emirados Árabes Unidos e a Europa, particularmente a Holanda e a Suíça”, avança o mesmo responsável.

A favor de Portugal está, claro, a “elevada qualidade das infraestruturas hospitalares e humanas” nacionais. “Portugal tem hospitais ao nível do que melhor existe na Europa e no mundo”, reforça de Mello. “Depois temos condições de segurança e de clima que tornam Portugal muito atrativo”, acrescenta o líder da filial portuguesa do Health Cluster.

No início do mês, Salvador de Mello avançou à Lusa que os “números apontam para que haja um potencial de cerca de 100 milhões de euros”, no que diz respeito ao turismo médico nacional. De acordo com o gestor, o mercado português tem condições para se afirmar como um operador relevante no setor mesmo a nível internacional.

Temos mais do que capacidade para absorver a procura sem que se gerem efeitos nefastos.

Salvador de Mello

Presidente do Health Cluster Portugal

Tempestade depois do boom?

As histórias dos últimos anos da escalada dos preços dos imóveis, sobretudo na capital portuguesa, podem deixar antever uma tendência semelhante nos serviços médicos no caso de um boom do turismo de saúde? “Acho que não. Temos mais do que capacidade para absorver a procura sem que se gerem efeitos nefastos”, acredita Salvador de Mello.

Enquanto essa explosão não acontece, o representante destaca “o excelente comportamento” deste setor. “A nível das exportações de saúde, Portugal tem-se portado lindamente. Representam 3% das exportações nacionais”, salienta o líder do Health Cluster Portugal.

Ainda que já se tenha começado o trabalho para que esse comportamento passe de bom a bombástico, de Mello realça que não está “à espera de saltos quantitativos a curto prazo”. “Só a longo prazo, teremos ganhos consideráveis”, defende. E por falar no futuro, as tendências de inovação que o irão marcar serão, conclui o responsável, a medicina de precisão, a saúde digital e a nano medicina.

Por agora, o setor da saúde é caracterizado por um dinamismo evidente, enfatiza: representa 5% do PIB nacional, emprega 280 mil pessoas e exporta 1.400 milhões de euros.

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