Sonae Indústria está, para já, fora da guerra comercial de Trump
A Sonae Indústria, para já, está fora da guerra comercial de Trump e vai continuar a apostar na América do Norte para onde exporta 48%. Fábricas afetadas pelos incêndios já laboram.
A Sonae Indústria não está, para já, preocupada com o efeito Trump. A confiança da empresa fundada por Belmiro de Azevedo baseia-se no facto de exportar mais de 48% para a América do Norte e não estar ainda a ser alvo da chamada guerra comercial desencadeada pelo Presidente norte-americano.
Chris Lawrie, presidente do comité de gestão da empresa, adianta que “os painéis não têm problemas, não são afetados pelas taxas aduaneiras, por isso não devemos ter problemas”. Porém, ressalva que “poderemos vir a ser afetados indiretamente porque alguns dos nossos clientes no Canadá exportam móveis para os Estados Unidos”.
A América do Norte é, de resto, uma aposta forte do grupo que “procura novas oportunidades de crescimento através do reforço da oferta de produtos” e de “soluções decorativas com o lançamento previsto de novas cores melamínicas e acabamentos em 2018”. Ainda para este continente, a empresa pretende procurar oportunidades “para levar o negócio de laminados”.
De resto, a América do Norte tem um peso considerável (32,3% com os Estados Unidos a contribuírem com 15,5% e o Canadá com 16,8%) no volume de negócios do grupo que, incluindo os 50% da Sonae Arauco, atingiram os 630 milhões de euros. Segue-se a Península Ibérica com um peso de 20,9% e a Alemanha com 20,3%.
Fábricas afetadas pelos incêndios voltam a laborar
Chris Lawrie, a exemplo do que já fizera Paulo Azevedo em comunicado divulgado ao mercado com as contas referentes a 2017, enalteceu o bom desempenho da empresa durante o exercício, apesar da inatividade de 2,5 meses nas fábricas de Mangualde e Oliveira do Hospital, afetadas pelos incêndios de outubro.
A este propósito Lawrie adianta que “as duas linhas de produção de MDF, em Mangualde, já estão a laborar (uma desde janeiro, a outra desde março), e espera-se que a linha de Oliveira do Hospital entre em laboração dentro de uma ou duas semanas“.
Lawrie garante ainda que a “nova linha que produção cujo investimento já tinha sido anunciado para Mangualde deve entrar em funcionamento em setembro”. E adianta: “ficaremos mais competitivos. Foi uma oportunidade de investir e reorganizar o fluxo de produção”.
O administrador da Sonae Indústria, escusou-se no entanto a quantificar os investimentos feitos pela empresa, mas frisou que a paragem de dois meses e meio implicou uma perda de receita de 7,3 milhões de euros.
Sobre as perspetivas futuras da empresa, Chris Lawrie garante que a Sonae Arauco pretende melhorar “os níveis de rentabilidade operacional no seguimento dos investimentos que fizemos em capacidade e melhoria de produtividade”.
Ainda nos planos futuros da empresa de Paulo Azevedo, está a pretensão de continuar a alugar ativos não utilizados na Alemanha e eventualmente proceder à venda de um ativo que está alugado em Vila do Conde, e cujo ocupante tem opção de compra a partir de 2019. Em 2017, a venda de equipamentos não utilizados rendeu à Sonae Indústria 2,9 milhões de euros.
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