Têxteis são 2% das empresas nacionais, mas empregam 5% dos trabalhadores
Em 2016, as empresas têxteis representavam 2% do total de empresas, mas empregavam 5% dos trabalhadores. Destas, 70% dedicavam-se ao setor do vestuário.
As empresas têxteis representavam 2% do total de empresas em 2016, mas empregavam 5% dos trabalhadores, segundo o Banco de Portugal, que acrescenta que fecharam mais empresas do que as criadas e que as exportações ajudaram ao crescimento dos negócios.
A análise setorial realizada pelo Banco de Portugal (BdP) para o período 2012-2016 refere que, em 2016, havia em Portugal 6.700 empresas da indústria têxtil e de vestuário que representavam 2% do volume de negócios total.
Ainda assim, em 2016 face a 2015, o número de empresas têxteis e vestuário diminuiu 1,2% e “por cada 10 empresas que cessaram atividade, foram criadas oito empresas”.
O banco central realça que esta situação contrasta com os dois anos anteriores (2015 e 2014), uma vez que então o número de novas empresas tinha ultrapassado o das empresas que fecharam.
Quanto às localidades mais fortes nesta indústria, em 2016, 83% do volume de negócios tinha origem em empresas com sede nos distritos de Braga (58%) ou do Porto (25%). Em Braga, este setor representava mesmo 20% do volume de negócios das empresas aí sediadas.
Ainda sobre o volume de negócios, as empresas têxteis e de vestuário aumentaram a faturação em 6,6% em 2016, face a 2015, o que significa mais do que o conseguido pelas indústrias transformadoras e pelo total das empresas e foi mesmo o valor mais elevado desde 2012.
“O crescimento do volume de negócios em 2016 foi transversal aos segmentos de atividade (8% no “vestuário” e 5% nos “têxteis”). Por classes de dimensão, o volume de negócios aumentou 9% nas Pequenas e Médias Empresas (PME), 2% nas microempresas e 0,5% nas grandes empresas”, diz o Banco de Portugal.
Do volume de negócios, 61% foi conseguido em exportações, acima do valor de 2015.
Também o EBITDA (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) da indústria dos têxteis e vestuário aumentou 10% em 2016 (2% nas indústrias transformadoras e 7% no total das empresas).
Ainda em 2016, a rendibilidade das indústrias dos têxteis e vestuário ascendeu a 10%, o valor mais alto desde 2012 e pelo terceiro ano consecutivo superior ao do total das empresas (8%).
Quanto à situação financeira, o passivo do setor aumentou 4% entre 2015 e 2016, com a dívida remunerada a representar 47% do passivo do setor.
Já os juros suportados pelo setor diminuíram 14% em 2016, o que diz o Banco de Portugal que conjugado com o aumento do EBITDA “determinou uma redução da pressão financeira”.
Quanto ao crédito dado pelos bancos a empresas da indústria dos têxteis e vestuário, este diminuiu 2,5% entre o final de 2015 e o final de 2016, mas já aumentou 1,1% de 2016 para 2017.
No final de 2017, encontrava-se em incumprimento 11,6% do crédito concedido à indústria dos têxteis e vestuário.
Por fim, quanto ao tipo de empresas, em 2016, o vestuário representava 70% das empresas, 51% do volume de negócios e 67% das pessoas ao serviço do setor, uma situação estabilizada face a anos anteriores.
A maior parte das empresas eram microempresas (59%), ainda assim abaixo do peso destas nas indústrias transformadoras (70%) e do total das empresas (89%). Já as PME pesavam mais neste setor (40%) do que no total das empresas e nas indústrias transformadoras, e tinham 75% do volume de negócios e 77% das pessoas ao serviço.
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