Lula entrou na prisão para cumprir pena de 12 anos e um mês
Lula da Silva ficará preso numa “sala especial de 15 metros quadrados, no 1.º andar do prédio” da Polícia Federal (PF), “com cama, mesa e casa de banho”, tendo sido autorizada a instalação de uma TV.
O ex-presidente brasileiro Lula da Silva entrou na noite de sábado na sede da Polícia Federal de Curitiba, onde vai ficar preso para cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão.
Segundo o portal de notícias da Globo, G1, o avião que transportava o ex-chefe de Estado do Brasil aterrou no aeroporto Afonso Pena às 22:01 de sábado (mais quatro horas em Lisboa), tendo Lula da Silva seguido daqui de helicóptero para as instalações da Polícia Federal naquela cidade.
Lula da Silva ficará preso numa “sala especial de 15 metros quadrados, no 1.º andar do prédio” da Polícia Federal (PF), “com cama, mesa e casa de banho”, tendo sido autorizada a instalação de televisão, informa o mesmo ‘site’.
A agência Efe noticia que centenas de cidadãos, a favor e contra a prisão de Lula da Silva, estavam no local, mas separados por numa distância de cerca de 30 metros. A PF foi obrigada a usar gás lacrimogéneo contra apoiantes de Lula que protestavam junto às instalações no momento em que aterrou o helicóptero que transportava Lula da Silva.
Na madrugada de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um ‘habeas corpus’ apresentado pela defesa de Lula da Silva, que visava evitar a sua prisão antes de se esgotarem os recursos na Justiça. Na sequência da decisão do STF, o juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão de Lula da Silva e deu como prazo a tarde de sexta-feira para o ex-Presidente brasileiro se apresentar voluntariamente à Polícia Federal na cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, sul do Brasil.
No sábado, quase 26 horas depois do prazo dado pelo magistrado, Lula da Silva saiu a pé, rodeado de seguranças, do Sindicato dos Metalúrgicos onde se encontrava desde quinta-feira, em São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, para se entregar à PF.
Poucos minutos passados das 18:30 (22:30 em Lisboa), terminado o prazo de meia hora que lhe foi dado pela PF para abandonar o edifício, e após uma primeira tentativa de saída impedida pelos seus apoiantes que cercavam o local, Lula da Silva “saiu andando” e entrou num veículo da PF que o aguardava nas imediações. Depois de conduzido para a sede da PF em São Paulo, foi levado de helicóptero para o aeroporto de Congonhas, onde embarcou para o Paraná.
Juiz proíbe protestos junto à Polícia Federal de Curitiba onde está preso Lula
Um juiz brasileiro proibiu no sábado protestos e acampamentos nas imediações da sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o ex-Presidente Lula da Silva começou a cumprir uma pena de 12 anos e um mês de prisão. Segundo fontes oficiais, a decisão foi tomada na noite de sábado no pelo juiz Ernani Mendes Silva Filho, após constatar a “concentração de pessoas e movimentos que podem causar perturbações aos residentes” e causar problemas à segurança.
Centenas de pessoas, contra e a favor da prisão do ex-chefe de Estado, concentraram-se nos arredores do edifício da Polícia Federal num clima de tensão que obrigou ao estabelecimento de um cordão policial de 30 metros para separar as duas fações.
Na decisão, o magistrado judicial proibiu a entrada de pessoas e viaturas não autorizadas nas ruas próximas da zona do edifício onde Lula da Silva está preso, para “garantir a segurança da população” e “evitar acontecimentos violentos”. No auto, o juiz proíbe igualmente a montagem de estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade sem prévia autorização municipal.
Entretanto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central sindical do Brasil, emitiu uma nota no seu ‘site’ dando orientações para que as suas estruturas desenvolvam imediatamente várias ações na sequência da “prisão política do companheiro Lula”. Entre as ações está o “total apoio à vigília permanente em frente” ao prédio da Polícia Federal em Curitiba, indicando que “serão necessárias barracas, alimentação e infraestrutura”.
Nove feridos em incidentes à chegada de Lula da Silva à prisão
Nove pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança e um polícia, em incidentes no exterior da sede da Polícia Federal brasileira em Curitiba na noite de sábado, durante a entrada do ex-Presidente Lula da Silva para cumprir pena de prisão.
De acordo com fontes da Polícia Militar citadas pelo portal de notícias da Globo, G1, e pela agência Efe, os incidentes ocorreram quando aterrou nas instalações da sede da Polícia Federal (PF) o helicóptero que transportava Lula da Silva, tendo explodido dois supostos petardos no meio da concentração de simpatizantes do antigo chefe de Estado.
Os agentes federais que se encontravam no interior das instalações da PF responderam lançando gás lacrimogéneo, obrigando os apoiantes de Lula da Silva a dispersarem-se pelas ruas. As forças de segurança também usaram balas de borracha contra os manifestantes que apoiavam Lula da Silva, mas nenhuma dos feridos se encontra em estado grave, embora alguns tenham sido transportados para hospitais.
Segundo a Polícia Militar, as balas de borracha foram usadas para afastar os manifestantes que, alegadamente, teriam agredido elementos desta força de segurança. A poucos metros destes incidentes estavam dezenas de pessoas a favor da prisão de Lula que, de forma pacífica, foram obrigadas a abandonar o local, medida também aplicada para os jornalistas.
Antes da chegada do ex-presidente brasileiro a Polícia Militar estabeleceu um cordão policial entre manifestantes pró e contra Lula da Silva, afastando-os cerca de 30 metros para evitar confrontos. Ainda assim, registaram-se discussões e insultos, assim como empurrões, incluindo contra jornalistas.
Incidentes idênticos repetiram-se em concentrações noutras cidades, como em São Paulo, Brasília ou São Bernardo do Campo. A presidente do Partido dos Trabalhadores, o partido de Lula da Silva, disse hoje aos jornalistas que vai começar uma “vigília cívica que só terminará quando Lula” sair da prisão. “Vamos ter várias manifestações de apoio, de solidariedade, caravanas”, declarou Gleisi Hoffmann.
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