Varoufakis: “Governo português tem uma dívida de gratidão para com os gregos”

  • ECO
  • 26 Abril 2018

O ex-ministro das Finanças grego não poupa Mário Centeno, a quem acusa de ser um instrumento do Eurogrupo. Aliás, Varoufakis diz que no Eurogrupo não mudou nada.

O antigo ministro grego, Yanis Varoufakis, que esta quarta-feira se juntou às celebrações do 25 de abril, em Lisboa, diz que os gregos, ao lutarem contra a austeridade, abriram caminho ao Governo de esquerda em Portugal. Sobre o Eurogrupo, é taxativo: não mudou nada com Mário Centeno.

O polémico ex-ministro das Finanças da Grécia, em entrevista ao jornal Público [acesso condicionado], publicada esta quinta-feira, critica as declarações de Centeno a defender que os gregos deviam fazer mais em termos de implementação do pacote do memorando para o crescimento. E chega mesmo a considerá-las erradas.

Para Varoufakis, não há crescimento na Grécia. “Todos os anos na Grécia se celebra o crescimento e há estatísticas que o mostram, e depois, em abril do ano seguinte, surge a correção e vê-se que não houve crescimento. Não há [crescimento]”.

O polémico ex-ministro das finanças grego diz mesmo que “o vosso ministro celebrar um crescimento que não existiu é tornar a situação ainda pior”. E prossegue: “Especialmente vindo de um ministro das Finanças que nunca seria ministro das Finanças se o povo da Grécia não tivesse lutado contra aquelas chamadas reformas na primavera de 2015″.

Por isso, prossegue Varoufakis, “o Governo de esquerda – ainda bem que o têm – tem uma dívida de gratidão para com aqueles que, como nós, lutámos contra as chamadas reformas que o vosso ministro das Finanças nos está a pedir para engolir.”

De resto, Varoufakis adianta que nada mudou no Eurogrupo desde a chegada de Mário Centeno. “Não mudou nada”, garante. E refere que “o fantasma de Wolfgang Schäuble ainda dita a política”. “É uma tragédia para o Eurogrupo. O vosso ministro das Finanças é um homem bom, mas no momento em que aceitou a presidência do Eurogrupo tornou-se um instrumento do Eurogrupo e não o seu contrário”.

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