Portugueses colocam mais dinheiro à ordem e menos a prazo

Montante colocado em contas à ordem atingiu um novo máximo histórico em março. São quase 49 mil milhões de euros, mais de um terço do total dos depósitos dos portugueses.

Os portugueses preferem cada vez mais ter o dinheiro na conta à ordem do que aplicado em depósitos a prazo. Em março, o valor aparcado nas contas à ordem atingiu um novo máximo histórico, grande parte à custa da redução do valor depositado a prazo onde é cada vez mais difícil rentabilizar as poupanças.

Dados divulgados, nesta segunda-feira, pelo Banco Central Europeu mostram que os portugueses tinham um total de 142.824 milhões de euros em depósitos bancários, 48.650 milhões de euros dos quais em contas à ordem. Trata-se de um recorde histórico em termos absolutos, mas também em proporção do “bolo” total dos depósitos.

Depósitos à ordem em níveis recorde

Fonte: BCE

Desde janeiro de 2003, período a que remonta o início do histórico da entidade liderada por Mario Draghi, que não existia tanto dinheiro parado à ordem. Grande parte desse aumento resultou da transferência de valores aplicados em depósitos a prazo que encolheram 97 milhões de euros, para se situarem em 93.767 milhões de euros no final de março. Daí resulta que no final do primeiro trimestre deste ano, mais de um terço do dinheiro depositado nos bancos — 34,06% — estivesse em contas à ordem. Trata-se da proporção mais elevada do histórico do BCE.

Na fraca atratividade da remuneração oferecida pelos bancos para os depósitos a prazo reside grande parte da justificação para essa realidade. Neste sentido, as famílias preferem ter o dinheiro com fácil acesso na conta à ordem do que a prazo, mas a render muito pouco.

Os últimos dados disponibilizados pelo BCE, relativos a fevereiro, mostram que as aplicações em novos depósitos a prazo realizados naquele mês tiveram direito a uma taxa de juro média de 0,19%. Este valor iguala o mínimo histórico definido em dezembro de 2017. Na prática, tal significa perder dinheiro face ao efeito corrosivo da inflação. A taxa de inflação prevista pelo Governo para este ano é de 1,4%.

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