“O PS não tem vergonha na cara”, diz Maria Luís Albuquerque
Para Maria Luís Albuquerque, o importante é saber se mea culpa do PS é fingido ou genuíno. Se for verdadeiro, partido ou fica embaraçado por ter levado país à "bancarrota" ou "não tem vergonha", diz.
Carlos César admitiu estar “envergonhado” com os casos que envolvem os antigos governantes socialistas José Sócrates e Manuel Pinho, um estado de alma que, depressa, foi corroborado por João Galamba.
“A questão mais importante que se coloca, naturalmente, é saber se acham que este é o momento certo de fazer um mea culpa fingido ou se estão genuinamente envergonhados”, escreve, em reação, Maria Luís Albuquerque, num artigo de opinião publicado, esta quinta-feira, no Observador. Caso se confirme a segunda opção, a antiga ministra das Finanças considera que essa deverá ser a primeira das “confissões” que o país “espera” do PS.
“Diria que o País espera que confessem a vergonha por muito mais coisas”, defende a social-democrata, referindo uma série de matérias que considera merecerem o embaraço dos socialistas.
Entre estes assuntos está o facto de “o PS ter conduzido o país à bancarrota”; ” o pedido ajuda externa”, tendo logo a seguir o partido “se furtado a quaisquer responsabilidades”; as “ruinosas” parcerias público-privadas rodoviárias; os “desastrosos” contratos de swap nas empresas públicas que, diz, não foram fiscalizados; e a instrumentalização do banco público.
“A não ser assim, só posso terminar como comecei. Realmente, o PS não tem vergonha na cara“, conclui a antiga governante.
Além disso, Luís Albuquerque nota que o caso Manuel Pinho — relativo ao alegado recebimento indevido de fundos do Grupo Espírito Santo enquanto era ministro da Economia — parece ter “inaugurado uma nova era em que afinal já não é preciso esperar pela condenação em tribunal para tirar ilações políticas”.
Entretanto, o Bloco de Esquerda já entregou no Parlamento um pedido de constituição de uma comissão de inquérito a este caso que está a “envergonhar” os socialistas. Os bloquistas querem que se apurem “as responsabilidades políticas” sobre as “rendas abusivas cobradas na área da energia”, que “foram lançadas no Governo de Durão Barroso, aprovadas no Governo de Santana Lopes e aditivadas em 2007 no Governo de José Sócrates com Manuel Pinho como ministro da Economia”.
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