REN mantém confiança nos seus quadros que são arguidos no processo dos CMEC
"Continuamos a ter confiança nas nossas pessoas", afirmou Rodrigo Costa esta sexta-feira. Gestor lembrou que o que está em causa "remonta há muitos anos, quando a empresa ainda era do Estado".
O Conselho de Administração da REN mantém “muita confiança” nos quadros da empresa constituídos arguidos no caso que investiga o processo legislativo relativo à introdução dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), disse hoje o presidente executivo.
“Continuamos a ter confiança nas nossas pessoas, foi uma posição assumida pelo ‘board’ [Conselho de Administração]. É um tema relevante com que a empresa lida com transparência e tranquilidade”, disse aos jornalistas Rodrigo Costa.
Em junho de 2017, o administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, João Faria Conceição, e Pedro Furtado, responsável de regulação na REN, foram constituídos arguidos no âmbito de um processo que investiga corrupção e participação económica em negócio, segundo fonte ligada ao processo.
À margem da apresentação do plano estratégico até 2021, que decorreu em Lisboa, o gestor lembrou que o que está em causa “remonta há muitos anos, quando a empresa ainda era do Estado”, em que “as pessoas nem sequer trabalhavam na REN e temos muita confiança nessas pessoas”.
O administrador da REN João Faria Conceição foi consultor, entre 2000 e 2007, na The Boston Consulting Group – consultora que também foi alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ) em junho -, tendo posteriormente, durante dois anos, apoiado o Ministério da Economia e da Inovação, liderado então por Manuel Pinho, em questões de política energética. Desde 2009, desempenha funções de administrador executivo na REN – Redes Energéticas Nacionais.
Pedro Furtado é responsável de regulação na REN, tendo sido responsável de regulação e tarifas no gás desde 2013.
Questionado sobre o processo que envolve o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, e investiga as rendas pagas à EDP, Rodrigo Costa disse que foi o primeiro a abordar o tema na assembleia-geral de acionistas na quinta-feira, em que foi reconduzido, e que também houve “uma pergunta [acionista] sobre essa matéria”.
“Tivemos uma pergunta sobre essa matéria. Eu próprio na minha apresentação falei logo sobre o tema. Não é um tema que não se possa abordar”, referiu.
A investigação aos CMEC ganhou uma nova dimensão recentemente quando o ex-presidente executivo do antigo Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado foi constituído arguido no processo.
O Observador noticiou que o ex-presidente do BES seria constituído arguido num novo caso – o caso EDP – que investiga benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal elétrica nacional por parte de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do governo de José Sócrates.
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