Colvin: O quiosque das flores é online e chegou a Portugal
Fundada em 2017, a florista digital acaba de chegar a Portugal. Startup já levantou mais de 2,3 milhões de investimento.
Podia dizer-se que, “a empreender, até os santos ajudam”. Pelo menos, no caso da Colvin, uma startup espanhola que deve a sua ideia ao Sant Jordi, a comemoração do S. Jorge em Barcelona na qual são vendidas milhões de rosas. Mas comecemos pelo princípio.
Era uma vez três estudantes de gestão de empresas. Ex-colegas de faculdade, viram no negócio das rosas uma oportunidade para, ainda durante o curso, ganharem algum dinheiro. No final das comemorações, o negócio do quiosque de flores compradas diretamente aos produtores acabou mas a ideia ficou.
Por isso, quando um dia voltaram a encontrar-se em Madrid, já depois de os três ex-colegas terem experimentado diversos trabalhos diferentes na área da gestão, aquela ideia bem-sucedida anos antes voltou à mesa do jantar. “Na altura montámos uma estrutura comercial que nos permitiu ver que o mercado das flores é muito fragmentado”, explica Sergi Bastardas, 25 anos, cofundador da Colvin. Passaram poucos meses desde esse encontro para Sergi voltar a “ser sócio” de Andres Cester e de Marc Olmedillo, ambos com 26 anos.
“Um dia, num encontro, voltámos a falar do negócio: as flores são muito caras sobretudo ao nível dos players online mais relevantes. E o mercado vale 30 mil milhões na Europa. Com a nossa experiência, podia ser uma oportunidade”, recorda Sergi. Da ideia passaram à prática: uma lista de três características que poderiam fazer do projeto um negócio bem-sucedido. Se tratassem as flores como commodities, seria esta a trilogia de oportunidades:
- preço de entrega: pricing médio na Europa é de 70 euros por ramo;
- qualidade do produto: por ser um processo com muitos intermediários, as flores são produtos perecíveis e com tempo de vida reduzido;
- consistência do serviço: muitas vezes o produto da fotografia é muito diferente do que é entregue.
Com o processo acelerado de digitalização deste mercado, a oportunidade de construir uma app de raiz que pudesse ser reflexo de uma simplificação do processo do produtor ao cliente final foi vista com grande potencial. “Em média, as flores têm cinco intermediários: isso faz com que as entregas demorem mais dias, com muitas variações na cadeia de frio, o que tem impacto na qualidade e na vida das flores e, muitas vezes, nem se sabe de onde vêm. Nós quisemos controlar a origem para conseguirmos ter impacto na qualidade. Queremos ser a primeira marca de flores com uma estrutura vertical”, explica Sergi.
Em média, as flores têm cinco intermediários. (…) Nós quisemos controlar a origem para conseguirmos ter impacto na qualidade
Lançada em janeiro de 2017, a Colvin fechou a primeira ronda de financiamento de 300 mil euros pouco depois da fundação. Entretanto, quatro meses depois, conseguiu levantar novo investimento de dois milhões de euros, que contou com a participação da portuguesa Busy Angels e que permitiu à empresa expandir-se para Itália e para toda a Península Ibérica. E, ao mesmo tempo que muitos vendedores compram as flores no Quénia ou, a nível europeu, na Holanda, a Colvin faz todas as suas compras na Europa. O resultado são entregas em qualquer parte de Espanha em menos de 24 horas.
“É sempre complicado o processo de criar uma empresa, mas havia uma oportunidade de aprender muito. Inicialmente é preciso adaptarmo-nos ao que vamos aprendendo”, conta o cofundador.
De entre as referências disponíveis — que vão mudando consoantes as flores de época — as peónias estão à frente nas preferências. Os fundadores asseguram que 40% das vendas são feitas por clientes habituais.
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