Malparado da banca portuguesa “causa apreensão significativa lá fora”, diz Horta Osório

  • Rita Atalaia
  • 18 Maio 2018

O presidente do Lloyds Bank deixa elogios aos esforços dos bancos para resolver o malparado, mas alerta que é preciso fazer mais. Nível elevado cria "apreensão" em termos internacionais, diz.

 

Horta Osório, presidente do Lloyds Bank.Paula Nunes/ECO

António Horta Osório reconhece que o setor bancário português tem feito progressos significativos. Mas, para o presidente do Lloyds Bank, é preciso fazer mais, nomeadamente reduzir o peso do crédito malparado, cujos níveis elevados ainda pensam na rentabilidade das instituições financeiras nacionais e criam “apreensão” lá fora.

Olhando para o futuro, Horta Osório alerta que é necessário resolver três questões: reduzir o endividamento do país, os problemas demográficos mas também o setor bancário. “O setor fez progressos significativos em termos de capital e desalavancagem bancária, mas são necessárias melhorias na qualidade dos ativos”, afirma o presidente do Lloyds Bank na conferência “Banca e Seguros: O Futuro do Dinheiro”, promovida pela TSF e Dinheiro Vivo.

O gestor elogia os esforços dos bancos na redução dos ativos tóxicos dos balanços, mas refere que esta “limpeza” tem sido mais célere noutros países. “Espanha tem vindo a resolver de forma mais acelerada. Itália e Portugal também estão a baixar, o que é positivo”, realça Horta Osório, notando, contudo, que em Portugal “os NPL ainda representam 15% do total dos créditos”. É por isso preciso fazer mais.

“É muito relevante porque, em termos internacionais, causa apreensão significativa”, alerta o presidente do Lloyds, porque caso esta questão não seja resolvida pode levar à necessidade de provisões adicionais. “É muito importante continuar nesta direção [de redução do malparado]” de forma a que o setor bancário não fique exposto a choques externos que possam levar a um aumento dos créditos em incumprimento, nota Horta Osório.

Costa soube manter trajetória de Passos Coelho

Para o presidente do banco britânico, o que “se passa em termos macroeconómicos é muito importante para a banca”. E, nessa vertente, há melhorias. “Portugal teve o melhor desempenho económico dos países da periferia nos últimos dez anos”, realça. “Há cerca de cinco anos que temos contas externas equilibradas”, a taxa de desemprego “está em níveis inferiores aos registados no início da crise” e a dívida pública está a diminuir ao mesmo tempo que o país cresce.

"[A evolução da economia] representa o tributo muito claro da atuação do Governo de Pedro Passos Coelho que soube tomar as medidas que se impunham” e mostra o “tributo importante do Governo que António Costa que soube manter a trajetória.”

Horta Osóriio

Presidente do Lloyds Bank

Esta evolução “representa o tributo muito claro da atuação do Governo de Pedro Passos Coelho que soube tomar as medidas que se impunham” e mostra o “tributo importante do Governo que António Costa que soube manter a trajetória”.

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