Já há acordo entre Movimento 5 Estrelas e Liga para governar Itália. Mercados reagem mal

O Movimento 5 Estrelas e a Liga já chegaram a acordo para formar Governo em Itália, não tendo, no entanto, ainda decidido quem tomará o lugar de primeiro-ministro.

O impasse governativo em Itália está mais perto do fim. O Movimento 5 Estrelas e a Liga já chegaram a acordo para formar Executivo, não tendo, no entanto, ainda decidido quem tomará o lugar de primeiro-ministro. Os pontos mais polémicos do acordo, do ponto de vista económico, caíram.

Foi Luigi Di Maio, líder do anti-sistema Movimento 5 Estrelas, que anunciou o acordo no seu blog. Na mensagem citada pelo Financial Times, o político pede aos membros do seu partido que votem a favor do acordo conseguido com a Liga. “Esta coligação une duas forças políticas que são e permanecem alternativas, para respeitar e concretizar o que foi prometido aos cidadãos”, escreve Di Maio.

Na última semana, Di Maio e Matteo Salvini — líder do partido de extrema-direita com o qual o 5 Estrelas se acaba de coligar — deram o início às negociações para esta aliança, na sequência de um longo impasse governativo vivido no Parlamento.

No acordo anunciado esta sexta-feira, não há qualquer referência ao perdão da dívida de 250 mil milhões de euros — que as forças políticas tinham garantido estar a estudar, o que fez disparar os juros a dez anos da dívida italiana e afundou a praça bolsista desse país — nem qualquer menção a um referendo para a saída da Itália da União Europeia. Os partidos comprometem-se, por outro lado, a cumprir o Tratado de Maastricht e a experimentar o Rendimento Básico Incondicional, fixando a o subsídio em causa nos 780 euros por pessoa (valor que será parcialmente financiado pela União Europeia).

A nova coligação quer ainda relançar a transportadora aérea nacional (a Alitalia), reforçar o seu contributo para a política de imigração comunitária e tornar a taxa única atualmente aplicada às empresas num imposto com dois escalões e com deduções fiscais.

Perante este acordo entre Di Maio e Salvini, os mercados tremem. Com a liderança do Executivo nas mãos destes dois partidos, os juros da dívida italiana a renovaram máximos, com a taxa a dez anos a chegar aos 2,2%. Esta escalada dos juros está a castigar os títulos da banca no mercado acionista, levando a praça de Milão a inverter dos ganhos na abertura. Cai 1,1% para mínimos de um mês.

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