Portugal recua para 16.º lugar no ranking de digitalidade da UE
Relatório anual divulgado pela Comissão Europeia indica que Portugal caiu mais uma posição, ocupando o 16.º lugar entre 28 estados-membros.
Portugal caiu mais uma posição no “ranking” europeu no domínio digital, ocupando agora o 16.º lugar entre os 28 Estados-membros da UE, apesar dos progressos no domínio do capital humano, revela o relatório anual divulgado pela Comissão Europeia.
De acordo com o “Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade” (IDES) de 2018, Portugal, que em 2017 já caíra uma posição (de 14.º para 15.º), voltou a descer um lugar e continua a fazer parte do grupo de países com “desempenho médio”, com uma pontuação que aumentou ligeiramente face ao ano passado (52,6 pontos, contra 50,7 no índice de 2017), mas numa proporção menor do que a média da União Europeia (que subiu dos 50,8 para os 54 pontos).
“Embora Portugal tenha progredido mais rapidamente do que a média da UE em todas as componentes da dimensão Capital Humano, baixos níveis de competências digitais, especialmente entre os idosos e as pessoas com baixos níveis de educação ou baixos rendimentos, continuam a implicar riscos de exclusão digital e a entravar os progressos na maioria das outras dimensões do IDES”, aponta o relatório do executivo comunitário.
O índice é elaborado com base em cinco capítulos – conectividade, capital humano, utilização de serviços internet, integração das tecnologias digitais e serviços públicos digitais –, obtendo Portugal a melhor classificação no domínio da conectividade, tendo mesmo subido do 9.º para o 8.º posto, mas o relatório sublinha que, “apesar de uma boa cobertura, é prejudicada pelo seu desempenho em termos de aderência e preços”.
A nível do capital humano, a Comissão nota que “Portugal realizou progressos em todos os indicadores desta dimensão”, o que lhe valeu a subida de um posto no índice, do 23.º para o 22.º posto, mas adverte que “metade da população portuguesa não possui as competências digitais básicas necessárias para utilizar eficazmente a Internet e 30% não tem quaisquer competências digitais (sobretudo porque não utilizam a Internet ou só o fazem raramente)”, sendo que na média da UE os valores são respetivamente de 43% e 17%.
Dando conta das iniciativas lançadas em 2017, designadamente a nova Iniciativa Nacional em Competências Digitais, o executivo comunitário observa que, “tendo em conta os desafios que Portugal enfrenta no que diz respeito ao reforço das competências digitais dos seus cidadãos, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, bem como a importância das competências digitais para colher os benefícios da digitalização, será crucial acompanhar de perto a contribuição destas iniciativas para a realização dos objetivos políticos estratégicos neste domínio”.
Já na área da utilização de serviços internet, Portugal recuou duas posições, do 19.º para o 21.º posto, notando o relatório que, apesar de o país continuar a estar “entre os 10 principais Estados-membros da UE em termos de percentagem de utilizadores da Internet que utilizam as redes sociais e que jogam ou descarregam jogos, imagens, filmes ou música”, está todavia “significativamente atrasado em relação à utilização das compras em linha e das operações bancárias em linha: apenas 45% e 42%, respetivamente, dos utilizadores da Internet em Portugal, em comparação com a média da UE de 68% e 61%”, respetivamente.
Na integração das tecnologias digitais, Portugal caiu do 9.º para o 11.º lugar, com o relatório a sublinhar que “a percentagem de comércio eletrónico no volume de negócios das empresas (16%) e quase dois pontos percentuais inferior à média da UE e a percentagem de empresas que vendem em linha parece estar a esbater-se”, enquanto a nível de serviços públicos digitais o país recuou do 11.º para o 12.º lugar, face a progressos “limitados”, situação que “pode explicar-se pela percentagem relativamente elevada da população com competências digitais insuficientes e que não utiliza a Internet ou apenas o faz raramente”.
A nível global, a tabela é liderada por Dinamarca, Suécia e Finlândia, enquanto na cauda da tabela encontram-se Roménia, Grécia e Bulgária.
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