Afinal, a Cipan vai sair de bolsa. Mas vai custar mais
A Lusosuan só queria dar 28,14 cêntimos. O auditor apontou para uma contrapartida de 32,9 cêntimos, mas mesmo assim os espanhóis avançam com a compra das restantes ações da farmacêutica portuguesa.
A Lusosuan queria tirar a Cipan de bolsa, mas não estava disposta a pagar mais do que 28,14 cêntimos por ação no processo de perda de qualidade da farmacêutica portuguesa. O auditor independente nomeado pela CMVM acabou por dar um valor superior aos títulos, preço esse que, afinal, a empresa espanhola aceita. Os investidores têm três meses para venderem os seus títulos.
Em comunicado enviado à CMVM, a Lusosuan refere que “assumiu a obrigação de proceder, durante o prazo de três meses contados a partir da data de publicação da declaração pela CMVM do deferimento da perda da qualidade de sociedade aberta, à aquisição das ações representativas do capital social da Cipan pertencentes aos acionistas que não tenham votado favoravelmente a referida deliberação“.
Há 8,22% do capital social da farmacêutica que não aceitou alienar os títulos aos 28,14 cêntimos que tinham sido propostos e que, afirmava a empresa, eram o valor que estava disponível pagar. Um preço superior resultante de uma avaliação por um auditor independente comprometeria a operação, mas afinal não aconteceu.
“Tendo em conta as análises efetuadas, somos de opinião que a oferta de aquisição se deverá realizar ao preço de 0,329 euros” disse o auditor no relatório requerido pelo regulador do mercado de capitais”, disse o auditor nomeado pela CMVM. E é agora esse o valor que a empresa espanhola propõe para ficar com as restantes ações.
A Lusosuan revela que já fez o “depósito em numerário” do montante necessário para a compra dos títulos que ainda não detém junto do Haitong Bank. E “transmitiu uma ordem permanente de compra ao Haitong Bank para a aquisição, ao preço unitário de 0,329 euros, das 2.010.278 ações que podem ser objeto de aceitação da referida oferta”.
A proposta dos espanhóis é “válida pelo período de três meses após publicação da declaração pela CMVM da perda da qualidade de sociedade aberta da Cipan”. Ou seja, os intermediários financeiros poderão receber ordens de venda de valores mobiliários até às 15h00 do dia 1 de setembro de 2018″.
Terminado o prazo de aceitação, “irá ser requerida a exclusão da negociação no sistema de negociação multilateral Euronext Access Lisbon das ações representativas do capital da Cipan”, conclui a Lusosuan.
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