Juros dos depósitos em mínimos de 18 anos. Taxa está nos 0,18%

O mês de abril fica marcado por um novo mínimo histórico da remuneração oferecida pelos bancos nas novas aplicações a prazo. Há pelo menos 18 anos que os depósitos não pagavam tão pouco.

A queda da remuneração dos depósitos a prazo não parece ter um fim. A taxa de juro deste tipo de aplicações sofreu mais um corte, em abril, para um novo mínimo histórico, indica o Banco Central Europeu (BCE).

Dados divulgados, nesta segunda-feira, pela entidade liderada por Mario Draghi mostram que a taxa de juro média oferecida pelos bancos nacionais nas novas aplicações em depósitos a prazo situou-se nos 0,18%, em abril. Trata-se do valor mais baixo do histórico do BCE, cujo início remonta a janeiro de 2000. Este valor fica aquém dos 0,19% registados em março, que era até agora a remuneração mais baixa de sempre.

Juros dos depósitos em novos mínimos

Fonte: BCE

A remuneração das aplicações a prazo continua assim a ser condicionada pelos níveis historicamente baixos das Euribor, que se mantêm em valores negativos. Mas também pelo desinteresse dos bancos em captarem recursos. A sua prioridade passa agora por maximizar os seus proveitos pela via da subida das comissões, ao mesmo tempo em que apostam em força na concessão de crédito.

O atual nível de remuneração oferecido pelos bancos portugueses continua assim a manter-se bastante aquém face à média europeia. Os dados do BCE mostram que, em abril, a taxa de juro média dos depósitos a prazo se situou na Zona Euro nos 0,37%. Ou seja, mais do dobro daquilo que os bancos nacionais pagam, em média.

A quebra dos juros disponibilizados pelos bancos nas novas aplicações foi transversal a quase todas as diferentes maturidades dos depósitos. Nos novos depósitos até um ano a taxa média baixou para 0,16%, face aos 0,17% verificados em março. Já no caso dos depósitos com maturidades acima de dois anos, a taxa de juro média recuou dos 0,22% para os 0,21%, entre março e abril.

Apenas nos depósitos entre um e dois anos ocorreu um acréscimo da remuneração disponibilizada pelas instituições financeiras: dos 0,28%, em março, para os 0,30%, em abril.

IRS “engorda” contas à ordem em quase 760 milhões

A fraca atratividade da remuneração dos depósitos a prazo é comprovada pela continua quebra dos valores aplicados. Em abril, os portugueses tinham um total de 93.592 milhões de euros aplicados a prazo. Trata-se do montante mais baixo desde maio de 2011, com as famílias a preferirem ter o dinheiro imediatamente disponível na conta à ordem.

Em abril, o valor depositado neste tipo de contas ascendeu a 49.401 milhões de euros. Trata-se da quantia mais elevada do histórico de mais de 18 anos do BCE, com esta a “engordar” em 759 milhões de euros em abril face ao mês anterior. Grande parte da responsabilidade por esse aumento mensal que é o mais elevado desde novembro do ano passado, estará na devolução de IRS.

No início de abril arrancou o período para a entrega das declarações de impostos relativas ao ano passado, sendo que naquele mês, mais de 3,2 milhões de declarações de IRS foram entregues. A 12 de abril, já tinham começado os reembolsos às primeiras declarações que entraram nas Finanças, uma rapidez que foi justificada pela entrega das declarações automáticas que não necessitavam de validação.

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