Porto diz que crise no Sporting agravou custo das suas obrigações. E volta a criticar perdão de dívida do BCP e Novo Banco aos ‘leões’
Fernando Gomes, administrador financeiro da SAD do FC Porto, estima que o adiamento do reembolso do empréstimo do Sporting tenha agravado a taxa de juro das obrigações portistas em 0,5 pontos.
A crise no Sporting agravou os custos do empréstimo obrigacionista da SAD do FC Porto, revelou o administrador financeiro Fernando Gomes, que voltou a criticar o perdão da banca em relação ao Sporting.
O FC Porto pagou uma taxa de juro de 4,75% para emitir 35 milhões de euros em obrigações a três anos. Na sessão de apuramento de resultados da operação, Fernando Gomes revelou a SAD portista foi obrigada a rever a taxa de juro em alta, depois de o Sporting ter falhado com o reembolso do seu empréstimo no prazo previsto.
“A circunstância de o Sporting ter falhado o cumprimento da obrigação do seu empréstimo obrigacionista teve peso na decisão da taxa de juro que oferecemos”, disse o administrador financeiro portista. Pode quantificar o impacto? “No empréstimo anterior, pagámos uma taxa de juro de 4,25%. Veja a diferença”, precisou Fernando Gomes. Feitas as contas, a crise leonina teve um impacto de 0,5 pontos, sobrando a fatura para os dragões.
Ao lado do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e do presidente da Euronext Lisbon, Paulo Rodrigues da Silva, Fernando Gomes voltou a criticar o “perdão” de dívida que BCP e Novo Banco concederam ao Sporting.
“Gostaríamos de poder exigir à banca todas as condições que deram aos nossos concorrentes. Temos vindo a ter concorrência desleal no aspeto desportivo e agora no aspeto económico. Há realmente benefícios que foram dados aos nossos concorrentes de que nunca beneficiámos”, sublinhou o gestor. “O FC Porto sempre cumpriu as suas obrigações escrupulosamente junto dos seus financiadores, nomeadamente perante a banca. Não há memória de o FC Porto ter falhado uma única das suas obrigações perante os financiadores. E qual foi o resultado? Fomos tratados da mesma forma que foram tratados os incumpridores. Isto é incompreensível”, disse ainda.
“A concorrência desleal aconteceu, aquilo que desejamos é que não volte a acontecer”, rematou o responsável dos dragões.
Gostaríamos de poder exigir à banca todas as condições que deram aos nossos concorrentes. Temos vindo a ter concorrência desleal no aspeto desportivo e agora no aspeto económico. Há realmente benefícios que foram dados aos nossos concorrentes de que nós nunca beneficiamos.
A SAD azul-e-branca conseguiu levantar 35 milhões de euros através deste empréstimo, mas os investidores queriam mais. A procura superou os 65 milhões de euros, ou seja, quase duplicou aquilo que foi a pretensão do FC Porto.
Constituída há 20 anos, a SAD do FC Porto já obteve 220 milhões de euros através de nove empréstimos obrigacionistas realizados até hoje. Somando os montantes levantados com os dois aumentos de capital e a emissão de warrants, a sociedade já angariou um total de 333 milhões de euros através de operações na bolsa.
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