Marcelo fez um “discurso de circunstância”, diz Jerónimo de Sousa
O líder do PCP considerou que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, proferido este domingo, foi um "discurso de circunstância". Não abordou "questões em concreto". Já o CDS destaca "coerência".
O PCP classificou de “discurso de circunstância” a intervenção do Presidente da República deste domingo, na cerimónia oficial do 10 de Junho, lamentando que Marcelo Rebelo de Sousa não tenha abordado “preocupações centrais” do país.
“Foi um discurso muito geral, sem abordar questões em concreto. Um discurso de circunstância”, afirmou o dirigente do PCP nos Açores, Vítor Silva, que representou o secretario-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que não esteve presente nas cerimónias oficiais na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente regional do PCP registou como “positivo” o facto de o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas ter sido celebrado nos Açores, mas afirmou que, no seu discurso, o Presidente da República, “não referiu questões mais concretas” que o PCP “gostaria” que fossem abordadas.
“Existem preocupações que consideramos centrais no momento atual, nomeadamente aquilo que são as imposições da União Europeia e que põem em causa a própria soberania nacional”, apontou, referindo-se também aos “cortes nos rendimentos e à situação social que se vive no país”.CDS-PP destaca coerência do discurso do Presidente da República
Este ano, as comemorações oficiais do 10 de Junho iniciaram-se nos Açores e vão prosseguir a partir do final da tarde em Boston e Providence, nos Estados Unidos da América.
CDS destaca coerência do Presidente
Em contrapartida, o deputado do CDS-PP Telmo Correia considerou que o Presidente da República foi “coerente” com o que tem dito, reagindo ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do 10 de Junho, em Ponta Delgada.
“Só temos de sublinhar que o Presidente da República é coerente com aquilo que sempre tem dito e tem defendido. É uma questão que a nós não nos diz diretamente respeito. Nós fazemos o nosso papel enquanto partido da oposição e partido crítico deste modelo de governação”, adiantou, em declarações à Lusa.
Telmo Correia falava, em Ponta Delgada, numa reação ao discurso do chefe de Estado nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em que disse que Portugal preferia a “paciência dos acordos, mesmo se difíceis”, à “volúpia das roturas, mesmo se tentadoras”. Este ano, as comemorações do Dia de Portugal iniciaram-se nos Açores e prosseguem ao final da tarde em Boston e Providence, nos Estados Unidos da América.
Para Telmo Correia, que representou o CDS-PP na cerimónia, foi “muito relevante e muito importante” que as comemorações se tenham realizado nos Açores. “O nosso peso e a nossa importância europeia tem muito a ver com a nossa dimensão atlântica e, portanto, fazer nos Açores, que são grande parte da nossa dimensão atlântica e da nossa projeção atlântica, seguido, ainda por cima, junto da comunidade portuguesa, à semelhança do que foi feito no ano passado no Brasil, parece-nos da maior relevância”, salientou.
O deputado centrista defendeu ainda que Portugal tem de reforçar a sua posição europeia e a sua força nas negociações, dando como exemplo, a distribuição de fundos para o país e a afetação de verbas à Política Agrícola Comum.
(Notícia atualizada às 17h59 com a posição do CDS)
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