Netflix está no “caminho certo” para atingir objetivo de 30% do mercado em Portugal
Os objetivos de "guidance" que a Netflix tem para o Estados Unidos são os mesmo para o mercado português, onde está há quase três anos.
A Netflix está no “caminho certo” para atingir o objetivo [‘guidance’] de 30% do mercado em Portugal em sete anos, disse esta sexta-feira à Lusa o diretor de tecnologia e de comunicação para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA).
A Netflix, plataforma de televisão através da Internet, arrancou em Portugal em 21 de outubro de 2015 e faz um balanço positivo de quase três anos no mercado português. Embora não revele os números de subscritores desagregados por países, o diretor de tecnologia e de comunicação para a região EMEA, Yann Lafarge, afirmou que “há uma curva normal de crescimento” no mercado português.
Questionado sobre os objetivos para Portugal, Yann Lafarge lembrou que o “‘guidance'” que a Netflix tem para o Estados Unidos é o mesmo para o mercado português, “de ao fim de sete anos” atingir “30% do mercado”. “Estamos no caminho certo para isso”, acrescentou.
Portugal “foi a última onda de países onde entrámos antes de sermos um serviço global”, sublinhou, salientando que desde a entrada neste mercado a Netflix tem ajustado a sua oferta ao ‘gosto’ dos portugueses. Atualmente, a oferta de conteúdos no mercado português é “cinco vezes maior” do que em outubro de 2015, apontou.
Sobre parcerias, Yann Lafarge afirmou: “Temos procurado parceiros relevantes para distribuir conteúdos ou torná-los mais acessíveis”. A primeira parceria da Netflix foi com a Vodafone e recentemente seguiu-se “um acordo com o grupo Altice, através da Meo”, acrescentou.
Apesar de Portugal ser “um país pequeno”, o responsável da Netflix garante que a presença da plataforma “está a funcionar bem”, embora não revele dados locais. Relativamente a produções nacionais, Yann Lafarge disse que neste momento não tinha “nada a anunciar”, mas que a Netflix está sempre aberta a “boas histórias” e “bons conteúdos”.
Apontou que o mercado internacional da Netflix “está a crescer mais rapidamente do que os Estados Unidos”, sendo que dos 125 milhões de subscritores do serviço, 68 milhões são internacionais (fora do mercado norte-americano).
“Por cada membro nos Estados Unidos, temos quatro ou cinco internacionais“, salientou, acrescentando que nos Estados Unidos os clientes também crescem, embora a um ritmo inferior à área internacional.
Com um orçamento de cerca de oito mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para conteúdos originais Netflix, coprodução e licenças em termos globais, mil milhões são destinados a conteúdos originais na Europa, disse.
No mercado europeu há um “apetite para contar histórias relevantes. Não somos Hollywood, mas somos o verdadeiro estúdio internacional”, acrescentou. Atualmente, na região EMEA, a Netflix está a filmar em mais de 16 países.
No que respeita à discussão de novas leis na Europa sobre as empresas de tecnologia, o diretor disse que a Netflix está a acompanhar, sublinhando que a tecnológica é “um serviço de subscritores” e não um fornecedor de Internet. “Não precisamos de regras para investir em bons conteúdos porque já o fazemos”, disse, salientando que o dinheiro das subscrições “é reinvestido em conteúdos”.
"Estamos a acompanhar a discussão da legislação na Europa, queremos bons conteúdos, não ser forçados a contar histórias que não queremos.
Queremos ser a voz dos conteúdos europeus, podemos contar essas histórias ao resto do mundo, somos a grande oportunidade para fazer isso.”
Entretanto, a Netflix divulgou esta sexta-feira um estudo que revela que dois terços (66%) dos subscritores portugueses não se importam de assistir às suas séries preferidas em público, quer no café, quer no avião.
Esta percentagem faz com que Portugal seja “o terceiro país europeu com mais adeptos das maratonas em público, a seguir à Espanha, com 78% de pessoas a confirmar que adoram ver conteúdos fora de casa, e à Itália, com 70%”, refere o estudo.
“Os locais de eleição são os cafés e restaurantes (56%), os aviões (44%), os comboios e deslocações diárias (32% e 26%, respetivamente)”, sendo que as séries mais populares para ‘streaming’ em público são La Casa de Papel, Narcos e House of Cards, adianta o estudo.
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