Trump “pronto” para impor tarifas a todas as importações chinesas
A guerra comercial entre os EUA e a China aumentou de tom. Donald Trump diz que está "pronto" para taxar a totalidade das importações sínicas, um total de 505,5 mil milhões de dólares.
Depois de ter atacado as importações de produtos tecnológicos vindos da China, Donald Trump diz estar “pronto” para impor novas tarifas aduaneiras a todos os bens com origem sínica. À CNBC, o Presidente norte-americano adiantou que está preparado para taxar os 505,5 mil milhões de dólares (cerca de 434,7 mil milhões de euros) que representam a totalidade das importações chinesas. “Estou pronto para subir para os 500”, disse o líder.
“Não estou a fazer isto por razões políticas, estou a fazê-lo porque é a decisão acertada para o país”, salientou ainda Donald Trump, que defendeu que os EUA têm sido vítimas de alguns países em várias frentes, incluindo a nível comercial e monetário. “Temos sido roubados pela China há bastante tempo”, reforçou. Por comparação aos 505,5 mil milhões de dólares gastos, no último ano, pelos norte-americanos em produtos chineses, a China despendeu apenas 129,9 mil milhões de dólares (cerca de 111,7 mil milhões de euros) em bens com origem nos EUA, o que revela uma desequilíbrio significativo na balança comercial.
Apesar das ameaças, o Presidente norte-americano fez questão de notar que não quer “assustar” o Governo chinês, até porque “gosta” do seu líder, Xi Jinping. “Não quero que fiquem assustados, quero que tenham sucesso. Gosto muito do Presidente Xi, mas [a situação atual] não é justa”, assinalou.
As declarações de Donald Trump divulgadas esta sexta-feira tiveram efeitos imediatos nas praças bolsistas europeias, que estão a tremer. O Stoxx 600 está, nesse sentido, a desvalorizar 0,30% para 385,02 pontos. Do mesmo modo, o índice alemão DAX-30 está a cair 0,66% para 12.602,43 pontos e o francês CAC-40 está a recuar 0,73% para 5.377,0.
O alargamento das tarifas à totalidade das importações chinesas é mais um passo no sentido do agravamento da guerra comercial que se tem desenrolado entre os norte-americanos, os chineses e até os europeus.
Ainda no início deste mês, a Casa Branca avançou com a aplicação de taxas aduaneiras de 25% sobre 34 mil milhões de dólares de produtos tecnológicos importados da China. Em retaliação, o país de Xi Jinping decidiu aplicar taxas também de 25% a 659 bens norte-americanos. Dias depois, em resposta a esta decisão do Governo sínico, Donald Trump voltou a acenar-lhe com mais tarifas (desta vez, com taxas de 10% sobre 200 mil milhões de dólares de importações sínicas), tendo a China, desta vez, ripostado com a denúncia à Organização Mundial do Comércio da “conduta unilateral” dos EUA.
Recorde-se ainda que os Estados Unidos aplicaram à União Europeia, em maio, tarifas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio. Em resposta, o bloco europeu reuniu uma lista de produtos emblemáticos norte-americanos aos quais aplicou novas taxas aduaneiras. Um mês depois, Donald Trump considerou mesmo que a União Europeia é “tão má como a China” nas relações comerciais e ameaçou impor tarifas de 25% sobre os automóveis vindos do Velho Continente. A concretizarem-se, estas novas taxas podem custar seis mil milhões de euros à Alemanha, país onde está sedeadas fabricantes tão icónicas como a Volkswagen, a Mercedes e a Porsche.
Esta sexta, numa conferência em Berlim, Angela Merkel deixou claro que esta guerra transatlântica é “muito séria” e sublinhou que a imposição mútua de tarifas entre os EUA e a UE “foi a pior das soluções”. Segundo o Financial Times, a chanceler alemã notou ainda que as tensões precisam de ser aliviadas, porque a parceria comercial com os norte-americanos é “fundamental” para o bloco europeu.
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