Administração da CP está de saída em plena crise ferroviária
O conselho de administração da CP, composto por Carlos Nogueira, Abrantes Machado e Ana Malhó, está de saída e o Ministério do Planeamento já está à procura de uma nova equipa.
O conselho de administração da CP está de saída e a tutela já está à procura de uma nova equipa, avança o Público (acesso condicionado) esta terça-feira. Carlos Nogueira, Abrantes Machado e Ana Malhó vão ser substituídos num momento em que a empresa atravessa um período conturbado por falta de pessoal, mas também de comboios.
Contactada pelo Público, fonte oficial da CP disse não ter informação sobre uma eventual mudança na administração e o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, de Pedro Marques, não respondeu às questões colocadas pelo diário.
O presidente executivo da CP, Carlos Nogueira, está no cargo há apenas um ano e quando tomou posse, a 1 de julho de 2017, assumiu que a sua liderança não seria de rutura, mas definiu que a prioridade da empresa seria a aquisição de novos comboios uma vez que o diagnóstico estava feito e apontava para a necessidade de mais material para o longo curso, num cenário de liberalização do transporte ferroviário de passageiros, prevista para 2019, e de composições para o serviço regional.
A situação da empresa foi-se agravando — com inúmeras greves ao longo dos meses (já está marcada uma para 3 de outubro) — tendo nas últimas semanas chegado em força às páginas de jornais seja pela redução do serviço oferecido aos clientes, seja pelas avarias e problemas técnicos das composições — a suspensão de venda de bilhetes do Alfa Pendular por avarias no ar condicionada é apenas um exemplo — que levaram mesmo o Executivo a desbloquear a contração de pessoal para a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) para acelerar a reparação e manutenção da frota.
A oposição tem feito marcação cerrada ao Governo pela situação de colapso que se vive na CP.
Outro dos problemas com que a CP se defronta é de cobrança. A empresa admite falhas na cobrança de bilhetes, sobretudo nos dias de maior procura, o que reduz as receitas da empresa pública, avança o Dinheiro Vivo (acesso livre). A situação é particularmente grave no intercidades na cobrança de bilhetes a bordo. A empresa reconhece que o problema nas últimas semanas se tem agravado sobretudo no troço entre Lisboa e Faro, já que há várias estações que não têm bilheteira.
“A CP tem conhecimento de que, em dias de maior procura, se verificam situações com clientes que, não tendo comprado a sua viagem antecipadamente num dos diversos canais disponíveis, entram nos comboios sem previamente validarem com o revisor do comboio se existem lugares disponíveis e sem adquirirem a viagem junto dele, como deveriam fazer em cumprimento da regulamentação em vigor”, refere fonte oficial ao Dinheiro Vivo.
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