Trump já assinou ordem executiva que repõe sanções contra Irão
Três meses depois de ter anunciado a retirada dos EUA do acordo internacional nuclear com o Irão, Donald Trump assina a ordem executiva que repõe as sanções contra esse país.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, esta segunda-feira, a ordem executiva que prevê a reposição de várias sanções contra o Irão, afirmando que o objetivo político de Washington é impor uma “máxima pressão económica” sobre Teerão.
A ordem executiva é assinada três meses depois de Washington ter saído do acordo internacional nuclear com o Irão, firmado em 2015, e as sanções previstas no documento entrarão em vigor a partir da meia-noite (hora local em Washington, 05:00 de terça-feira em Lisboa).
O acordo nuclear foi assinado em 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).
À exceção de Washington, os restantes continuam comprometidos com o protocolo, que previa o congelamento do programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas.
Num comunicado, o chefe de Estado norte-americano reiterou, esta segunda-feira, que o acordo de 2015 foi “horrível e unilateral”, salientando que o protocolo acabou por proporcionar ao governo iraniano o dinheiro necessário para promover um clima de conflito no Médio Oriente.
“Instamos todas as nações a tomar medidas que deixem claro que o regime iraniano enfrenta uma escolha: ou mudar o seu comportamento ameaçador, desestabilizador e a reintegrar-se na economia global, ou continuar num caminho de isolamento económico” frisou Trump.
O Presidente norte-americano advertiu igualmente que aqueles que não abandonarem os respetivos laços económicos com o Irão “correm o risco de sofrer severas consequências” à luz das sanções agora repostas.
Trump reiterou igualmente a sua disponibilidade de firmar um novo acordo, “mais amplo”, com o Irão, um texto que não se limite ao programa nuclear iraniano.
“Estou aberto para alcançar um acordo mais amplo que aborde todo o conjunto de atividades malignas do regime, incluindo o seu programa de mísseis balísticos e o seu apoio ao terrorismo”, disse Trump, citado num comunicado divulgado pela Casa Branca.
Antes da divulgação desta nota informativa, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, já tinha assegurado que as novas sanções contra o Irão vão ser impostas de forma rigorosa e que serão mantidas até que o Governo iraniano altere a sua política.
Em declarações aos jornalistas no seu regresso aos Estados Unidos após uma deslocação ao sudeste asiático, Pompeo disse ainda que o restabelecimento das sanções constitui um importante pilar da política norte-americana face ao Irão.
Também esta segunda-feira um alto funcionário da administração norte-americana precisou que a ordem executiva firmada por Trump volta novamente a penalizar o comércio do ouro, de metais preciosos e outros, incluindo alumínio e aço, mas também repõe sanções ao setor automobilístico iraniano.
O decreto presidencial proíbe igualmente transações financeiras relacionadas com o sistema ferroviário, impede a aquisição de dólares por parte de Teerão e prever a imposição de sanções a todos que comprarem ou facilitarem a emissão de dívida soberana iraniana.
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