Guerra comercial deixa investidores nervosos. Tecnológicas puxam por Wall Street

A China retaliou: vai aplicar novas tarifas sobre as importações de bens norte-americanos. A decisão de Pequim abanou Wall Street, que evitou perdas maiores à custa dos bons resultados empresariais.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China subiu de tom e fez arrefecer o entusiasmo dos investidores, esta quarta-feira. O anúncio de que Pequim vai aplicar novas tarifas aduaneiras a produtos norte-americanos abanou Wall Street, que só não sofreu perdas mais significativas devido aos bons resultados que têm sido apresentados pelas empresas cotadas, no segundo trimestre do ano.

No fecho desta sessão, o índice de referência nacional, o S&P 500, fechou a desvalorizar 0,03% para 2.857,58 pontos. Semelhante desempenho foi registado pelo industrial Dow Jones — que desceu 0,18% para 25.583,24 pontos. A contrariar, o tecnológico Nasdaq subiu 0,05% para 7.887,71 pontos.

O comportamento deste último índice explica-se pelo bom desempenho de títulos como os do Facebook, que subiram 0,75% para 185,18 dólares. Igual tendência foi seguida pelas ações da Alphabet, que valorizaram 0,44% para 1.261,33 dólares, e da Microsoft, que avançaram 0,56% para 109,49 dólares.

Pior sessão viveram as ações da Tesla. Depois de Elon Musk ter avançado, no Twitter, que está a ponderar retirar de bolsa a empresa de automóveis elétricos com um prémio de 22,8%, os títulos da gigante dispararam mais de 10%, na terça-feira. Já esta quarta-feira a tendência registada foi a inversa: as ações desvalorizaram 2,43% para 370,34 dólares.

A pesar sobre a bolsa estiveram ainda os títulos da Walt Disney, que fecharam em baixa 2,21% para 113,98 dólares. Isto depois da gigante do entretenimento infantil ter apresentado resultados “desapontantes”, que ficaram abaixo das estimativas dos investidores. De abril a junho deste ano, a empresa obteve resultados líquidos de 2.916 milhões de dólares, mais 23% do que no mesmo período de 2017.

Apesar de também ter apresentado lucros trimestrais que ficaram abaixo das expectativas, a Mylan conseguiu uma reação diferente dos investidores. Os seus títulos fecharam em alta 1,79% para 39,23 dólares.

Estas empresas integram o grupo minoritário de cotadas que não corresponderam às perspetivas dos investidores. Na verdade, 79,2% das companhias do S&P 500 que já apresentaram os seus resultados superaram as estimativas, o que tem animado os mercados.

Por outro lado, a bolsa norte-americana sofreu, esta quarta-feira, os efeitos da escalada da guerra comercial. A China anunciou que vai aplicar tarifas adicionais de 25% às importações de uma série de produtos norte-americanos, do aço ao equipamento médico, num total de 16 mil milhões de dólares, isto é, cerca de 13,8 mil milhões de euros. Esta decisão é a resposta de Pequim à imposição por parte dos Estados Unidos de novas tarifas de 25% sobre os bens industriais importados com origem chinesa, a partir de 23 de agosto.

Este cenário de confrontos promoveu a queda das cotações do “ouro negro”, nos mercados internacionais, e atirou as empresas desse setor para o vermelho. Os títulos da Exxon fecharam em baixa 0,66% para 80,73 dólares e os da Chevron desvalorizaram 1,04% para 123,88 dólares.

Em Londres, o preço do barril de Brent recuou 3,30% para 72,19 dólares e, no Texas, o West Texas Intermediate desvalorizou 3,48% para 66,76 dólares. “Os últimos dados comerciais da China revelam uma procura (de petróleo) relativamente débil. O apetite do país pelo petróleo está abaixo do padrão”, assinalou, nesse sentido, David Madden, analista da CMC Markets, citado pela Lusa. “As tensões comerciais agravaram a tendência negativa e isso pode acentuar ainda mais a pressão sobre o crude”, acrescentou o especialista.

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