Apesar das tarifas, UE aumenta excedente comercial com os EUA

Nos primeiros seis meses do ano, as exportações europeias para os Estados Unidos cresceram 3,9%. Por outro lado, as tarifas aduaneiras abanaram as importações de produtos americanos, que caíram 2,4%.

As consequências das tarifas aduaneiras aplicadas pela União Europeia (UE) a uma centena de produtos norte-americanos já se fazem sentir. Nos primeiros seis meses do ano, as importações comunitárias de produtos com origem nos Estados Unidos recuaram, 2,4%, em termos homólogos. Por outro lado, apesar das taxas impostas por Donald Trump sobre o aço e alumínio europeus, as exportações da UE para este seu parceiro comercial cresceram quase 4%, entre janeiro e junho, face ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Eurostat, no primeiro semestre de 2018, a UE ganhou 197,8 mil milhões de euros com as exportações para os EUA, mais 3,9% do que conseguira no semestre homólogo. No que diz respeito às importações comunitárias de produtos norte-americanos, registou-se uma diminuição de 2,4%, passando de 134,1 mil milhões de euros, nos primeiros seis meses de 2017, para 130,9 mil milhões de euros, no primeiro semestre de 2018.

Neste sentido, a União Europeia não só manteve uma balança comercial positiva em relação ao Estados Unidos, como conseguiu reforçá-la: no primeiro semestre de 2017, a UE tinha registado um excedente de 56,2 mil milhões de euros, valor que subiu para 66,9 mil milhões de euros, nos primeiros seis meses deste ano.

No final de maio, Donald Trump anunciou que as importações norte-americanas de aço e alumínio europeus iam passar a pagar taxas alfandegárias de 25% e 10% respetivamente, a partir de 1 de junho. Em resposta, Bruxelas decidiu impor tarifas aduaneiras sobre 100 produtos norte-americanos emblemáticos, do sumo de laranja aos jeans, a partir de 22 de junho.

Neste clima de tensão, Washington chegou mesmo a ameaçar taxar as importações de automóveis europeus, o que fez tremer os mercados. O encontro de Donald Trump e Jean-Claude Juncker fez, no entanto, cair por água estas pretensões norte-americanas: ambas as potências decidiram “adiar novas tarifas” e negociar as já aplicadas (que se mantém até decisão em contrário).

Défice comercial da UE agrava-se

As tarifas sobre a importação de aço e alumínio têm trazido um impasse à relação comercial entre Estados Unidos e União Europeia.Fotomontagem/ECO

De janeiro a junho deste ano, a União Europeia registou um aumento de 2,5% das suas exportações para fora do bloco face ao mesmo período do ano anterior, passando de 933,2 mil milhões de euros, no primeiro semestre do ano anterior, para 956,8 mil milhões de euros, no deste ano.

Défice comercial da UE agravou-se, em termos homólogos

As importações extra-comunitárias registaram uma tendência semelhante, isto é, verificou-se uma subida homóloga de 2,8%, passando-se de 934,4 mil milhões de euros, no primeiro semestre de 2017, para 960,7 mil milhões de euros, no de 2018.

Deste modo, a União Europeia viu o seu défice comercial agravar-se de 1,2% para 3,9%, nos primeiros seis meses deste ano.

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