Qual é a empresa mais valiosa da bolsa nacional? E do mundo?

Várias empresas reclamaram, nos últimos anos, o título de mais valiosa da bolsa nacional. E de vários setores. Enquanto em Lisboa é a energia que domina, no resto do mundo são as tecnológicas.

BCP, BES ou PT foram, em tempos, gigantes. Enquanto uns desapareceram, o Banco Comercial Português (BCP) continua a ser um “grande” na bolsa portuguesa. Mas no ranking das cotadas mais valiosas da praça nacional, o trono há muito que pertence a outras empresas, de outros setores. Mas, então, quem é a empresa mais valiosa do PSI-20?

Foi ainda antes da crise financeira que os bancos viveram tempos áureos no mercado de capitais português mas, com a crise, perdeu-se muito do valor de mercado num setor que praticamente já não tem expressão na bolsa nacional, atualmente. A banca passou, assim, o trono a outras cotadas, nomeadamente à energia.

Depois de anos de “guerra” entre EDP e Galp Energia, a Jerónimo Martins chegou a subir ao lugar mais alto do pódio, com um valor de mercado bem acima da fasquia dos 10 mil milhões de euros — que, em tempos, chegou a ser considerada a “linha da vida” do BCP. Mas foi por pouco tempo. As empresas lideradas por António Mexia e Carlos Gomes da Silva, respetivamente, voltaram rapidamente a digladiar-se pelo trono.

A EDP “engordou” de forma expressiva já este ano, após a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges. Apesar de o valor oferecido ter surpreendido negativamente os investidores, a especulação sobre uma oferta melhorada, ou mesmo uma proposta concorrente, fez catapultar os títulos da elétrica que, atualmente, apresenta uma capitalização bolsista de 12.366 milhões de euros.

Galp Energia brilha em Lisboa

É um valor que fica bastante acima dos 10 mil milhões, mas fica também aquém dos 13.213 milhões de euros a que os investidores estão a avaliar, atualmente, a Galp Energia, a cotada mais valiosa da bolsa de Lisboa. A valorização dos preços do petróleo, numa altura em que os investimentos multimilionários no Brasil estão a traduzir-se em milhões de euros de lucros, ajudam a petrolífera a reclamar vitória.

A Galp Energia é um colosso na bolsa portuguesa mas continua a ser uma empresa modesta (em termos de capitalização bolsista) no contexto europeu, e muito mais num contexto global. Aliás, toda a bolsa nacional é relativamente reduzida em comparação com outros mercados desenvolvidos. No seu conjunto, as empresas do PSI-20 têm um valor de mercado de apenas 61 mil milhões de euros.

Uma maçã de 1.000.000.000.000 dólares

O valor de mercado das maiores empresas portuguesas, no seu conjunto, compara, por exemplo, com os 70 mil milhões de euros do Santander, que nem é a empresa mais valiosa em Espanha — a Inditex, dona da Zara, vale 87 mil milhões. E olhando para a cotada europeia com maior valor em bolsa, a Shell, percebe-se ainda melhor a diferença de valor. A petrolífera vale 232 mil milhões.

Se estes valores já são de outro campeonato, quando se olha para o ranking das empresas mais valiosas do mundo entramos na estratosfera. Já assim o era há muito tempo, mas tornou-se ainda mais evidente quando, recentemente, a Apple superou um patamar que nunca nenhuma tecnológica tinha conseguido: passou a valer mais de 1.000.000.000.000 dólares. A PetroChina foi a primeira empresa do mundo a alcançar este feito, em 2007.

A Apple derrotou, assim, na corrida à marca do bilião empresas como a Amazon, Alphabet (a dona do Google) e também a Microsoft. Um feito celebrado a 2 de agosto, depois de mais um trimestre em que a cotada liderada por Tim Cook arrasou com as estimativas dos analistas ao apresentar lucros de 11,5 mil milhões de dólares. Isto só num trimestre.

Foram mais três meses altamente produtivos para a marca da maçã, fabricante dos iPhone, que serviu para encher ainda mais o seu cofre. É que a Apple conta, atualmente, com reservas de capital que superam os 250 mil milhões de dólares. É muito? É. Basta dizer que tem em caixa mais do que do que a riqueza gerada em Portugal num ano.

Uns e zeros chegam para derrubar os barris (em bolsa)

A Apple é a cotada mais valiosa do mundo, mas não será a mais valiosa do globo. Estima-se que a empresa mais valiosa do planeta seja a petrolífera saudita Saudi Aramco. A empresa não é obrigada a revelar contas por não estar cotada em bolsa, mas, segundo a Bloomberg, a empresa terá um valor próximo dos dois biliões de dólares.

A ascensão da fabricante dos iPhone é sintomática. Se fora da bolsa a Saudi Aramco é a maior, na bolsa a Apple lidera um batalhão de empresas tecnológicas que ocupam quase todos os lugares do top 10 em termos de valor de mercado. A seguir à Apple vem a Amazon, Alphabet, a Microsoft, mas há ainda a Tencent e o Facebook. Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, JPMorgan, Johnson & Johnson e Exxon Mobil são as exceções.

A Exxon é a única petrolífera no top, já a Tencent é a única cotada que não é norte-americana. A empresa chinesa está sozinha num ranking repleto de cotadas norte-americanas, uma hegemonia que se prolonga bem além das dez maiores. Só na 15ª posição do ranking surgem o ICBC, da China, a Samsung, da Coreia do Sul, e a Shell, da Holanda.

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