Qual o país europeu onde custa mais encher o depósito do automóvel?
Apesar das críticas de muitos portugueses, há países onde o gasóleo é mais caro. E há ainda mais quando se comparam os preços da gasolina. Em todos, a culpa dos preços altos é a fiscalidade.
Ter carro sai caro. E cada vez mais. É que, depois de anos em que os combustíveis voltaram a custar menos de um euro — fruto da queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais –, os preços voltaram a disparar. São cada vez mais euros do que litros a cada “visita” ao posto de abastecimento, uma realidade que pesa no bolso de todos os europeus. Mas nuns mais do que noutros. Afinal, onde é mais caro?
Se nos últimos anos, fruto da crise mas também do excedente de petróleo no mercado, os preços da matéria-prima passaram de mais de 100 dólares por barril para menos de um terço — chegaram a cotar abaixo dos 30 dólares –, acabaram por voltar a disparar. Mais do que duplicaram. Com essa subida vieram novamente os preços altos dos combustíveis — movimento que foi acompanhado do aumento da carga fiscal.
Depois de um período em que vários países, incluindo Portugal, chegaram a ter gasóleo a cêntimos, o diesel voltou a custar euros. Em média, entre os países da União Europeia, o litro deste que é ainda o combustível mais utilizado está a ser comercializado a 1,355 euros. Ainda assim, bastante aquém dos 1,465 euros que são pedidos, em média, por cada litro de gasolina nos postos de abastecimento europeus.
Diesel custa mais de 1,50 euros na Suécia
Estes valores médios traduzem realidades bem distintas entre países. Há diferenças de 54 cêntimos por litro entre o país com a gasolina mais barata e o mais caro, sendo que no diesel há uma disparidade de quase 40 cêntimos por litro. Pouco? Num depósito cheio (55 litros) são praticamente 30 euros de diferença no caso da gasolina e de 21 euros no gasóleo.
Então, mas onde é mais caro atestar o depósito do automóvel? Depende do combustível. Mas olhando para o gasóleo, apesar das críticas constantes de muitos portugueses, quem paga mais por litro são os suecos. De acordo com dados da Comissão Europeia, o preço médio de venda deste combustível é, neste país, de 1,513 euros, seguido logo de Itália e Reino Unido.
Só quatro países cobram mais que Portugal pela gasolina
Portugal ocupa a 10ª posição no ranking do preço da gasóleo, mas fica “melhor” colocado quando em análise está o valor de venda da gasolina. Neste caso, passa para o top, ocupando a 5ª posição entre os 28 países da União Europeia. Apenas em quatro países o valor de venda é mais caro, sendo Itália (também no top do diesel) um deles. Grécia está em terceiro, atrás da Dinamarca e da Holanda, com um preço por litro de 1,682 euros.
Há vários países com preços bem mais elevados do que os pedidos em Portugal, mas o que os dados da Comissão Europeia não têm em conta é o peso relativo destes valores no rendimento das famílias de cada país. E nessa comparação, Holanda e Suécia perdem alguma da razão de queixa já que, em ambos os vencimentos, são muito superiores aos dos portugueses.
Impostos? Muitos litros deles
É o petróleo, que serve de base para os combustíveis, que semana após semana vai sendo “culpado” pelas subidas (mais do que pelas descidas) dos valores de venda do gasóleo e da gasolina. Mas a matéria-prima, em si, representa apenas uma pequena “fatia” do “bolo” que os consumidores acabam por pagar nos postos de abastecimento. É uma realidade em todos os países europeus.
Em praticamente todos os Estados-Membros, mais de metade do valor pago pelos condutores na “bomba” são impostos — as exceções são o Luxemburgo e alguns países da Europa de Leste –, mas mesmo nestes representa sempre em torno de 46% a 49% do preço por litro. No extremo oposto, como se pode ver no mapa apresentado pela Comissão Europeia, Suécia, Reino Unido, mas também nos países do Sul, a fiscalidade passa dos 60%, sendo uma importante fonte de receita para vários Estados.
Em Portugal, a fiscalidade que recai sobre a gasolina representa 60% do valor de venda o público, chegando a 53% no caso do gasóleo. Um “fardo” pesado para os consumidores que tem sido alvo de críticas por parte dos consumidores, das empresas e também das várias forças políticas. E levou, recentemente, à aprovação na generalidade de projetos de lei no Parlamento para acabar com o Adicional ao ISP que acabaram, contudo, por não passar na votação na especialidade perante a união dos partidos de esquerda.
Fiscalidade leva mais de metade do valor por litro dos combustíveis
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