Novo Banco regressa aos prejuízos. Perde 231,2 milhões no primeiro semestre
O banco registou prejuízos de 231,2 milhões no primeiro semestre, um resultado que, ainda assim, representa uma melhoria em relação ao mesmo período do ano passado.
O Novo Banco regressou aos prejuízos no primeiro semestre deste ano, depois de ter alcançado lucros nos primeiros três meses. No período de janeiro a junho, o banco liderado por António Ramalho registou um resultado líquido negativo de 231,2 milhões de euros, valor que, ainda assim, representa uma melhoria em relação aos prejuízos de 290,3 milhões que tinha registado no mesmo período do ano passado.
Os resultados foram comunicados, esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A justificar grande parte dos prejuízos estão dois fatores. No final de junho, o Novo Banco fez uma emissão de obrigações subordinadas, no montante de 400 milhões de euros, uma operação que foi efetuada em conjunto com ofertas de aquisição e de troca que permitiram recomprar e extinguir 1.036 milhões de euros de obrigações seniores do Novo Banco. Estas operações, refere o Novo Banco, vão contribuir “para a melhoria futura da margem financeira”, mas a curto prazo, tiveram um impacto negativo de 79 milhões de euros.
Ao mesmo tempo, os resultados refletem “o efeito negativo da anulação de prejuízos fiscais reportáveis no montante de 31 milhões, que estavam registados em ativos por impostos diferidos, que, de acordo com a revisão do plano de negócios, não preenchem as condições para serem considerados ativos do banco”.
Sem estes dois efeitos, o Novo Banco teria registado um resultado líquido negativo de 121,2 milhões de euros no primeiro semestre.
Há, contudo, outros fatores a penalizarem as contas do Novo Banco. A margem financeira do banco reduziu-se em 4%, para os 202 milhões de euros, enquanto os proveitos operacionais caíram 4,7%, para os 313,2 milhões de euros.
Ainda assim, o Novo Banco conseguiu melhorias em alguns dos indicadores. Os depósitos de clientes aumentaram em 15%, totalizando 29,2 mil milhões de euros, enquanto o montante de crédito malparado foi reduzido para 8,8 mil milhões de euros. Feitas as contas, o rácio dos chamados non performing loans sobre o total de crédito concedido diminuiu de 32,1% no primeiro semestre do ano passado para 28,7% em junho deste ano.
O Novo Banco reforçou também a solvabilidade, com o rácio common equity tier I a aumentar de 10,9% para 13,5% no final de junho. Já a emissão de 400 milhões serviu para reforçar o rácio provisório de capital para 14,7%, face aos 11,1% que registava no primeiro semestre de 2017.
O banco conseguiu ainda reduzir os custos operacionais em quase 8%, para 244,2 milhões, o que se explica, em parte, com o fecho de 30 balcões neste período. O Novo Banco chega assim ao final de junho com 443 balcões.
Perante estes resultados, o presidente do Novo Banco, António Ramalho, vê uma performance “em linha com os planos de negócios já apresentados aos diversos stakeholders“, mas sublinha que “a reestruturação do banco ainda vai exigir tempo e dinheiro”.
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