Peso afunda face ao dólar. FMI pode rever resgate à Argentina
O valor do peso afundou na quarta-feira para mínimos históricos. Mauricio Macri, Presidente da Argentina, pediu ajuda e o FMI concordou em rever o calendário do programa de resgate.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou em rever os termos do resgate de 50 mil milhões de dólares à Argentina, depois de o valor do peso argentino ter registado a maior queda dos últimos três anos, atingindo um mínimo histórico esta quarta-feira, de acordo com o Financial Times (acesso condicionado).
O Presidente argentino, Mauricio Macri, apelou ao fundo para que acelere o desbloqueio das tranches, numa altura em que o país teme não ser capaz de garantir o financiamento necessário até 2019, mesmo depois de o FMI ter entregado a primeira tranche de 15 mil milhões de dólares no passado mês de junho.
O FMI está disponível para rever os termos face ao cenário inesperado de desvalorização da divisa nacional. Depois do pedido público de auxílio por parte do Presidente, Christine Lagarde, líder do FMI, disse que vai “reavaliar as fases do programa de ajuda financeira”, um sinal de que o fundo poderá recalendarizar e acelerar o desbloqueio das tranches.
“Tendo em consideração as condições de mercado mais adversas, que não tinham sido totalmente antecipadas no programa original da Argentina, as autoridades vão trabalhar para rever o plano económico do Governo, com foco em isolar melhor o país das recentes alterações nos mercados financeiros globais”, disse a presidente do FMI. “Instruí a equipa do FMI para trabalhar em conjunto com as autoridades argentinas para reforçar o acordo de ajuda financeira e para reavaliar as fases do programa de financiamento”, acrescentou.
Já esta quinta-feira, o banco central argentino subiu as taxas de juro na ordem dos 15 pontos percentuais para 60%, depois de o peso ter iniciado uma nova queda de 15% após a abertura de Wall Street. No início do mês, os juros já tinham sido aumentados para 45%, mas isso não impediu a queda do valor da divisa.
A Argentina está ao abrigo de um resgate de 50 mil milhões de dólares por parte do FMI e precisa de 82 mil milhões de dólares de financiamento para este e para o próximo ano. No entanto, a queda do valor do peso deixou dúvidas quanto à capacidade de o país se financiar. Desde o início de agosto, o peso já depreciou 24% face ao dólar, uma queda que é de 45% desde o início do ano. Esta quarta-feira, recuou 7,9% para um mínimo histórico de 34 pesos por dólar.
(Notícia atualizada às 15h43 com nova subida dos juros por parte do banco central argentino)
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