Administração da CGD pode demitir-se em bloco
A posição dos gestores da CGD é irredutível. Se o Tribunal Constitucional exigir as declarações de rendimento e património, a administração de António Domingues demite-se em bloco.
A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) pode demitir-se em bloco. Há seis administradores que não querem mostrar a declaração de rendimento e património e a saída poderá ser a única solução. Esta é a posição da equipa de António Domingues, caso o Tribunal Constitucional (TC) exija as declarações e não as mantenha em sigilo até ao final do mandato.
O jornal Público apurou junto de fonte política que a posição da administração da CGD é irredutível. E que isto já foi transmitido ao Governo e ao Presidente da República. Se o TC exigir as declarações de património e se não aceitar mantê-las todas em sigilo até ao final do mandato, então só há uma solução: a saída de toda a administração de António Domingues.
A mesma fonte avança que há pouca margem de manobra para que isto não aconteça e que o Presidente e António Costa estão preparados para esta saída. Entre os administradores insatisfeitos, António Domingues tem uma lista de seis gestores que não aceitam divulgar publicamente os seus rendimentos e património.
Esta saída não era esperada pelo Governo. Esta posição foi reforçada por Pedro Nuno Santos numa entrevista à TSF/DN. O secretário de Estado disse que não “há nenhum sinal de saída dos administradores da Caixa”. Mas parece que este sinal acabou por surgir.
António Domingues está isolado
A administração do banco estatal está isolada. A sua posição também não é apoiada por Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República disse que os gestores da CGD têm a obrigação de entregar a declaração ao TC, caso contrário a lei devia mudar. O Público diz que Marcelo fez isto sem antes falar com Domingues. Entretanto, o presidente do banco foi chamado a Belém para se perceber se há condições para continuar na liderança da CGD. Domingues aproveitou para explicar as três condições para aceitar o cargo: garantir uma capitalização sem ajuda estatal, libertar a CGD dos tetos salariais e dispensar a administração da apresentação pública das declarações de rendimento e património.
Perante a posição da equipa de António Domingues, e estas condições impostas, o Governo e o Presidente da República estão a analisar as hipóteses. E a possibilidade de a administração atual ficar é “mínima”. Marcelo Rebelo de Sousa fez apenas um pedido no seu encontro com Domingues: que não saia de funções até que pelo menos a parte pública da recapitalização da Caixa estivesse concluída. Portanto, a conversão das obrigações públicas em capital e a integração da ParCaixa.
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