Menos alunos no Ensino Superior. Medicina fora do top cinco das médias mais altas
O número de estudantes colocados nesta primeira fase do concurso foi ligeiramente inferior ao registado no ano anterior. Pela primeira vez em quatro anos, o número de alunos colocados diminuiu.
Pela primeira vez em quatro anos, o número de estudantes colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso a ensino superior registou um ligeiro recuo. Neste momento, 43.992 alunos já encontraram curso, menos 922 do que no ano anterior. Outra novidade é que nenhum curso de Medicina ficou entre os cinco com notas de ingresso mais elevadas, avança o Público (acesso condicionado).
A quebra referida não é, contudo, propriamente surpreendente, já que o número de candidatos a esta fase do concurso já tinha sofrido uma diminuição significativa (5,6%).
A evitar uma maior redução do número de estudantes colocados esteve, assim, o facto de o concurso ter registado a maior taxa de sucesso desde 2013: foram colocados 98,1% na primeira fase, o que representa um crescimento de 3,4 pontos percentuais. Também a taxa de satisfação aumentou (4,8 ponto percentuais), tendo 88,2% dos estudantes ficado colocados nas suas três primeiras opções.
Quanto aos cursos com notas mais altas de ingresso, destaque para as engenharias. O curso de Engenharia Física e Tecnologia da Universidade de Lisboa foi aquele que registou a nota mais elevada (18,9 valores). Por outro lado, pela primeira vez, nenhum curso de Medicina ficou no top cinco cursos com médias mais altas.
Terminada a primeira fase, sobram agora 7.290 vagas para a segunda fase do concurso de acesso. Desde 2010 que o número de lugares disponíveis neste segundo momento não era tão baixo. As candidaturas à segunda fase do concurso nacional de acesso decorrem entre 10 e 21 de setembro.
Só 9% dos alunos deslocados na capital ficam nas residências
Trinta por cento dos estudantes de ensino superior na área metropolitana de Lisboa no último ano letivo eram deslocados, mas apenas 9,2% dispunham de vaga em residências universitárias, segundo os últimos dados oficiais sobre alojamento. Esta realidade atingia quase todas as zonas do país com instituições de ensino superior.
Os dados referentes a 2016/2017 constam do Plano Nacional para o Alojamento lançado em maio pelo Governo com o objetivo de combater o custo crescente das rendas para estudantes devido a fatores como a pressão turística.
As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e a zona do Algarve eram as que registavam maior valor mediano por metro quadrado nos novos contratos de arrendamento privado. Em Lisboa este valor estava nos 6,06 euros, no Porto nos 4,58 euros e no Algarve nos cinco euros. A mediana para Portugal situava-se nos 4,39 euros por metro quadrado.
De acordo com os dados, existiam a nível nacional 192 residências universitárias, com 15.370 camas e 9.075 quartos. Na área metropolitana do Porto, 35% dos estudantes eram deslocados e a oferta de camas para estudantes do ensino público era de 9,7 por cento. No Algarve, 26% dos estudantes em 2016/2017 eram deslocados e a oferta de camas em residência universitária era superior à procura, uma vez que se situava nos 31,2 por cento.
Noutras zonas do país a diferença entre o número de estudantes deslocados e a percentagem de vagas em residência era ainda maior, contudo o valor das rendas por metro quadrado em alojamento local era inferior a Lisboa, Porto e Algarve.
Era o caso da região de Aveiro onde 59% dos seus estudantes eram deslocados e onde existia um rácio de 16,5% de alojamento universitário para estes alunos, assim como da zona Oeste com 69% dos alunos deslocados e uma oferta de camas para 17,1 por cento.
Em Aveiro e na zona Oeste os valores medianos das rendas por metro quadrado de novos contratos de arrendamento situavam-se nos 3,66 euros.
Os dados revelam ainda que na Beira Baixa 68% dos alunos eram deslocados, que existia um rácio de camas na ordem dos 16,6% e que o valor mediano das rendas por metro quadrado de novos contratos de arrendamento era de 2,83 euros.
No Alentejo central, com 64% de estudantes deslocados, a capacidade de alojamento era de 14,8 por cento e o valor mediano das rendas por metro quadrado de 3,58 euros.
Já na zona do Tâmega, em 2016/2017, metade dos estudantes estava deslocada e não existia qualquer residência universitária. Nesta zona a mediana das rendas era de 2,61 euros por metro quadrado.
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