Custos atiram Pharol para prejuízos. Queda do real castiga
A Pharol obteve um resultado líquido negativo de 2,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, justificado pelos custos operacionais recorrentes, divulgou a empresa através da CMVM.
A Pharol obteve um resultado líquido negativo de 2,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, justificado pelos custos operacionais recorrentes, divulgou a empresa através da CMVM, o regulador do mercado. O resultado contrasta com os lucros de 200 mil euros registados no mesmo período de 2017.
De acordo com a informação avançada, os capitais próprios da empresa reduziram-se em 27,3 milhões de euros devido à desvalorização da participação da Oi em 24,7 milhões, à desvalorização do real face ao euro e a custos operacionais recorrentes “no montante de 2,4 milhões de euros”. Por outro lado, os custos operacionais da Pharol reduziram-se 10% face a igual período do ano anterior.
“No primeiro semestre de 2018, a Pharol viu o processo de Recuperação Judicial do seu principal ativo dar passos significativos. Apesar da posição crítica assumida através da sua participada Bratel perante incompreensíveis decisões tomadas pela direção da empresa e sancionadas as mais das vezes pelo sistema judicial brasileiro, a Pharol, submetida a um plano que beneficiou credores oportunistas em detrimento de acionistas com largo passado de investimento e suporte à empresa, viu-se sucessivamente desapossada dos seus direitos e da sua capacidade de intervenção direta na Oi“, explica Luís Palha da Silva, presidente da Pharol, citado no relatório e contas da empresa.
Nos primeiros seis meses do ano passado, a Oi detinha na Pharol uma participação de 27% que baixou depois para 7,6% depois de a empresa ter decidido não participar na recapitalização da operadora através da conversão de dívida.
A Pharol, submetida a um plano que beneficiou credores oportunistas em detrimento de acionistas com largo passado de investimento e suporte à empresa, viu-se sucessivamente desapossada dos seus direitos e da sua capacidade de intervenção direta na Oi.
“Já em julho do corrente ano, na sequência da execução do Plano de Recuperação Judicial, a participação naquela empresa, reduziu-se de 27,18% para menos de 8%, de acordo com o nível geral de diluição das posições acionistas. A cotação da Oi, que, segundo as perspetivas da direção da empresa e levando em linha de conta a redução verificada no valor da dívida, deveria ter apresentado forte crescimento, pelo contrário tem vindo a cair para níveis modestos, tendência agravada pela difícil situação em que o Brasil e, por arrasto, a sua moeda se encontram. O aumento de capital previsto pela Oi para poder iniciar novo ciclo de investimentos, abre, no entanto, uma porta de esperança à valorização deste ativo da Pharol. Internamente, manteve-se a forte contenção de custos operacionais, com efeitos visíveis na conta de resultados”, refere ainda Luís Palha da Silva.
Na sexta-feira passada, os acionistas da Pharol deram luz verde a um aumento de capital, dos atuais 26,9 milhões, para os 55,5 milhões, para poderem participar na injeção de capital na Oi que deverá impedir uma nova diluição da posição. Esta é a segunda fase do plano de recuperação da Oi, através da qual a operadora brasileira pretende angariar até quatro mil milhões de reais, ou mais de 830 milhões de euros.
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