Crédito malparado de alguns bancos ainda é “elevado”, diz o Presidente do BCE

  • Lusa
  • 18 Setembro 2018

Mario Draghi pediu um esforço "aos bancos, aos supervisores e aos reguladores para reduzir" essa exposição ao crédito malparado "sobretudo nos países onde a proporção continua a ser elevada".

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, considerou esta terça-feira ainda “elevado” o crédito “malparado” de alguns bancos da zona euro, o que limita a capacidade creditícia e se traduz num menor financiamento da atividade económica.

Numa conferência sobre supervisão bancária que decorre hoje em Paris, Draghi considerou que a exposição das entidades europeias à dívida duvidosa é “ainda superior” à da dos Estados Unidos, apesar de ter diminuído “à medida que se produziu um reforço da economia” suportado pela ação do BCE. Neste sentido, pediu um esforço “aos bancos, aos supervisores e aos reguladores para reduzir” essa exposição ao crédito malparado “sobretudo nos países onde a proporção continua a ser elevada”.

Essa condicionante, afirmou Draghi, limita a margem de manobra das entidades afetadas e a capacidade destas para captar capitais e para enfrentar operações com outras entidades. “Os bancos com um nível elevado de dívida malparada emprestam pouco e a sua capacidade para conseguir capital é limitada“, indicou.

O presidente do BCE adiantou que “a debilidade da sua rentabilidade e as incertezas sobre a valorização dos seus ativos bloqueados reduzem as incitações a enfrentar fusões transfronteiras“, insistindo que depois da crise económica houve avanços na regulação bancária, mas apelou aos Estados membros para progredirem na integração para a união bancária para reduzir riscos no futuro.

Draghi mostrou-se “convencido” de que se darão “passos importantes” naquela direção e considerou “essenciais” medidas como a da harmonização bancária e a criação de um mecanismo eficaz de garantia dos depósitos. Apesar dos avanços registados, sublinhou que “são necessários mais esforços se se quiser recolher os frutos de um mercado integrado que permita partilhar os riscos no setor privado e melhorar a estabilidade macroeconómica da união monetária”.

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