Concorrência brasileira dá “luz verde” à compra da EDP pela CTG “sem restrições”
O Conselho Administrativo da Defesa Económica do Brasil (CADE) acaba de dar "luz verde" à venda da EDP à China Three Gorges (CTG). Isto "sem restrições".
O Conselho Administrativo da Defesa Económica do Brasil (CADE) deu “luz verde” à venda da EDP à China Three Gorges (CTG). O regulador da concorrência brasileiro, que tinha sido notificado no final de agosto, demorou assim apenas algumas semanas a aprovar a operação “sem restrições”.
“Diante das informações apuradas, em especial a baixa participação no mercado, conclui-se ser a operação proposta incapaz de alterar significativamente a estrutura dos mercados de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica em todos os cenários considerados e recomenda-se, pois, a sua aprovação, sem restrições“, lê-se na nota publicada no site do regulador.
Os chineses começam a superar, assim, os primeiros dos 16 obstáculos que se estão colocados no seu caminho até, tentativamente, ao sucesso da operação.
Para que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a EDP chegue a “bom porto” precisa de conquistar a aprovação não só da concorrência brasileira, mas também da Comissão Europeia (ou da Autoridade da Concorrência portuguesa), do Governo de António Costa, do regulador da energia polaco, francês e romeno, bem como da autoridade portuária de Gijón e de Avilés, em Espanha. Isto além do Canadá.
Mais difícil poderá ser a obtenção da “luz verde” nos EUA, onde a EDP, através da EDP Renováveis, tem grande parte da sua produção eólica. Os chineses necessitam do ok do regulador da energia norte-americano, mas também do comité dos investimentos dos EUA. E os investimentos chineses não são vistos com bons olhos por Donald Trump.
Só depois de todas estas aprovações é que a CTG poderá obter o aval do regulador do mercado de capitais português, a CMVM, a quem cabe registar a OPA que foi anunciada no início de maio deste ano em que a contrapartida foi fixada num valor de 3,26 euros por ação.
Além da dificuldade em obter aprovação por parte dos reguladores dos vários países em que a EDP está presente, a oferta chinesa está também a ser posta em causa no país natal. Governo chinês afastou o chairman e CFO da China Three Gorges, dando prioridade aos investimentos de outra das suas empresas, a State Grid, acionista da REN. Há o risco de OPA cair antes de chegar a “bom porto”.
(Notícia atualizada às 12h05).
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