Google, Amazon, Facebook e Apple são “a grande ameaça” ao negócio bancário, diz Faria de Oliveira
Faria de Oliveira considera que o nível de informação nas mãos de grandes plataformas digitais como a Google, a Amazon, o facebook e a Apple representa uma ameaça ao negócio bancário.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, alertou esta terça-feira para a ameaça das grandes plataformas digitais, como a Google, Amazon, Facebook e Apple ao negócio bancário.
“A grande ameaça ao setor bancário surge não das startups fintech – onde o caminho tem sido, acima de tudo, de cooperação – mas dos operadores das grandes plataformas digitais, os designados GAFA (Google, Amazon, Facebook, Apple), todos eles entidades não europeias”, disse.
O responsável falava na abertura da conferência “Supervisão comportamental bancária – Novos desafios dez anos depois da crise financeira”, promovida pelo Banco de Portugal, que decorre hoje em Lisboa.
“Estas entidades possuem muita informação sobre os clientes, o que lhes permite oferecer e produtos tailormade [feitos à medida], de uma forma que, no limite, exclui os restantes operadores, incluindo os prestadores de serviços financeiros incumbente”, avisou.
Faria de Oliveira abordou, por isso, a importância de todos os operadores obedecerem a um quadro legal e regulatório, designadamente em termos de proteção do consumidor.
“Os benefícios da digitalização só podem, pois, ser maximizados ao mesmo tempo que a estabilidade financeira e a integridade do sistema é mantida”, disse.
Assim, para o presidente da APB, há novos e importantes desafios tanto para as instituições como legisladores, reguladores e supervisores, “nomeadamente os que derivam da transformação digital em curso e do crescimento do sistema financeiro não igualmente regulado”, sendo exemplo disso o crowdfunding ou a criptomoeda.
“A inovação tecnológica está a facilitar o aparecimento de novos atores no mercado de serviços financeiros e as instituições financeiras incumbentes, quer por via das novas necessidades dos clientes e das oportunidades que a tecnologia oferece, quer pela pressão concorrencial dos novos players estão a mudar e a adaptar os seus modelos de negócio”, disse.
Estas mudanças contribuem, de acordo com Faria de Oliveira, para aumentar a eficiência do setor, mas, ao mesmo tempo, provocam uma alteração profunda da natureza dos riscos a que o sistema financeiro está sujeito.
A rápida disseminação do fenómeno fintech e dos novos riscos obriga, por isso, a mudanças no modelo de regulação.
“O setor bancário, ele próprio uma fintech, está na linha da frente dessa inovação, que acolhe com grande entusiasmo e interesse”.
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