Índia injeta 27 mil milhões de euros para evitar crash da banca
Banco central foi obrigado a injetar dinheiro no sistema depois de uma corrida ao multibanco na sequência de uma decisão do governo de retirar de circulação as notas mais usadas pelos indianos.
Os bancos indianos já receberam mais de 27,5 mil milhões de euros (dois biliões de rupias) em dinheiro depois da decisão surpreendente do Governo de acabar com as notas de maior valor ter provocado uma corrida da população aos multibancos durante todo o fim-de-semana.
Em causa estão as notas de 500 e 1.000 rupias — que valem cerca de 6,8 e 13,6 euros, respetivamente — que vão retiradas gradualmente de circulação, como parte de um esforço do primeiro-ministro Narendra Modi para combater a evasão fiscal.
Anunciada a decisão de retirar estas notas no dia 8 de novembro, a população precipitou-se numa corrida desenfreada aos multibancos para trocar as velhas pelas novas notas no sentido de ter dinheiro disponível para as suas compras básica, deixando as máquinas sem liquidez suficiente para responder à procura. Este problema agravou-se na medida em que a maioria dos multibancos não está preparada para desembolsar as novas notas que o banco central está a introduzir no sistema.
Tweet from @timesofindia
Um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças indiano dava conta de um valor recorde de 70 milhões de transações ao meio-dia deste sábado, revelando que em mais de 4.000 localidades os multibancos ficaram sem dinheiro. E isto numa altura em que só dentro de duas semanas as máquinas estarão totalmente reconfiguradas para distribuir as novas notas.
“O grande problema é que as pessoas estão a ficar bastante incomodadas, mas a substituição das notas numa magnitude como esta vai causar alguns problemas. As filas são longas, mas ordenadas. Porém, uma substituição de notas em tão grande escala não pode ser realizada da noite para o dia”, disse Arun Jaitley, ministro das Finanças indiano, pedindo à população para realizar as suas transações financeiras através de transferências eletrónicas, do uso de cheques ou cartões de crédito ou de débito, ao invés de usarem dinheiro vivo nas suas operações do dia-a-dia.
"O grande problema é que as pessoas estão a ficar bastante incomodadas, mas a substituição das notas numa magnitude como esta vai causar alguns problemas. As filas são longas, mas ordenadas. Porém, uma substituição de notas em tão grande escala não pode ser realizada da noite para o dia.”
Face a este stress no sistema bancário nacional, a Reserve Bank of India, o banco central indiano, pediu à população para se manter tranquila e evitar idas consecutivas ao banco para acumular dinheiro vivo. “Asseguramos que há dinheiro suficiente em notas de menor valor no banco central e bancos”, declararam os responsáveis indianos, adiantando que o banco central tem as suas impressoras a produzir dinheiro na sua total capacidade.
Com a eliminação das notas de 500 e 1.000 rupias, Modi tenta cumprir a sua promessa eleitoral quanto ao combate à corrupção. Num evento em Goa, o governante anunciou que o executivo vai tomar mais medidas para conter a evasão fiscal e economia paralela.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Índia injeta 27 mil milhões de euros para evitar crash da banca
{{ noCommentsLabel }}