BCE diz que escalada na guerra comercial prejudica mais os EUA do que o resto do mundo

Os economistas do Banco Central Europeu concluíram que o PIB chinês sairia impulsionado e os exportadores chineses ganhariam participação de mercado. Já os americanos seriam os grandes prejudicados.

Donald Trump está apostado em tentar equilibrar o comércio mundial. Para isso, está a avançar com uma série de tarifas, nomeadamente sobre a China, abrindo a porta a uma guerra comercial. Quer pôr os EUA numa posição vencedora, mas esta estratégia pode acabar por prejudicar mais o seu país do que propriamente o resto do mundo. Pelo menos é o que pensam os economistas do Banco Central Europeu (BCE), avança o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Numa situação em que os Estados Unidos da América (EUA) aumentem as taxas sobre todas as importações em 10 pontos percentuais e os seus parceiros comerciais retaliem, com um aumento também de 10 pontos percentuais nas importações dos EUA — mas não uns sobre os outros –, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês sairia impulsionado, diz o BCE. E os exportadores chineses ganhariam quota de mercado às custas dos americanos.

O estudo dos economistas do BCE concluiu, ainda, que taxas de 10% sobre os EUA e todos os seus principais parceiros comerciais afetariam a atividade económica americana em 2% durante o primeiro ano da introdução destas tarifas.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse durante este mês que a escalada nas tensões entre Washington e o resto do mundo era “a principal fonte de incerteza” para a economia da Zona Euro.

Outros estudos, conduzidos pelo Banco de Inglaterra e pelo Banco Central de França, também estimaram que uma guerra comercial teria um impacto severo na economia dos EUA e do mundo.

Mark Carney, o governador do Banco da Inglaterra desde 2013, disse no passado mês de julho que os modelos da sua instituição mostraram que as tarifas de 10% entre os EUA e todos os seus parceiros comerciais poderiam absorver 2,5% da riqueza produzida anualmente nos EUA e 1% do PIB global.

Um estudo semelhante feito pelo banco francês coloca o impacto de uma guerra comercial em 2% no PIB norte-americano no primeiro ano e até 2,9% no segundo ano, caso as tensões reduzam significativamente a confiança e o comércio global.

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