Atrasos custam 100 milhões de euros à TAP
Antonoaldo Neves admite que a TAP terá de cancelar alguns voos para poder realizar outros previstos nas novas rotas. Em causa, os constrangimentos de capacidade aeroportuária em Lisboa.
Os atrasos resultantes dos constrangimentos de capacidade nos aeroportos, sobretudo no Humberto Delgado, em Lisboa, deverão custar à TAP, este ano, 100 milhões de euros, o dobro do que a companhia aérea foi obrigada a pagar no ano passado. Os números foram avançados, esta quinta-feira, por Antonoaldo Neves, presidente executivo da companhia aérea portuguesa, que falava na Cimeira do Turismo, a decorrer esta tarde em Lisboa.
Num painel onde estavam também presentes o CEO da ANA Aeroportos, o coordenador do projeto de expansão aeroportuária de Lisboa, o presidente da NAV e o presidente da ANAC, e já depois de o ministro Pedro Marques ter discursado, Antonoaldo Neves foi muito crítico da demora na abertura do Montijo como aeroporto complementar do Humberto Delgado. “Estamos muito atrasados no que diz respeito ao aeroporto. Não precisamos só de ser competitivos. Temos de ser muito mais eficientes. Estamos abaixo da média da Europa em termos de competitividade”, começou por dizer.
O presidente da TAP criticou ainda o facto de os planos das companhias aéreas serem conhecidos com grande antecedência e, mesmo assim, ainda não se ter avançado com a expansão aeroportuária. “O plano de frota da TAP está definido há anos. Já sei há três anos quais são os aviões que chegam para o ano. A lógica de necessidade de novos slots não é difícil de estimar, não só pela questão de procura dos passageiros, mas também por aqui”, apontou.
O resultado dos atrasos já se faz notar na operação da TAP. No próximo ano, a companhia aérea vai operar várias novas rotas, entre elas Chicago, Washington, São Francisco e Montreal. “Vou precisar de cancelar alguns voos, muito provavelmente, para fazer esses voos“, admite Antonoaldo Neves.
Assim, diz, o que todas as companhias aéreas querem saber é como e quando será aberto o Montijo. “Tenho muita insegurança com a questão da capacidade, até pelo custo“. Segundo o presidente da TAP, a companhia aérea é fortemente penalizada pela pontualidade, fator que tem vindo a agravar-se recentemente.
“Hoje, 44% dos voos da TAP chegam atrasados por conta do artigo 83.º, da limitação da infraestrutura no aeroporto de Lisboa. Os aviões estavam prontos para sair. A TAP pagava 50 milhões de euros por ano em constrangimentos decorrentes de atrasos por culpa da infraestrutura. Este ano, vão ser 100 milhões“, adiantou.
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