Um gestor competente ou um líder empático? Quem fica a ganhar?
Como as mudanças podem ser alvo de resistência por parte dos funcionários, dificultando o trabalho do líder, o CEO da Axians considera que é importante começar exatamente por aí.
Perante a transformação digital, o líder de uma empresa deve assumir um papel ainda mais relevante e inclusivo. Como as mudanças podem ser o alvo da resistência dos colaboradores e funcionários, dificultando o trabalho do líder, Pedro Afonso, CEO da Axians, considera que é importante começar exatamente por aí.
“As pessoas passam, de facto, por um processo de despedida do que era relevante hoje para o que é relevante amanhã”, afirma um dos oradores da conferência da IDC Directions 2018 acrescentando que, nos corredores das empresas, muitas vezes, se ouvem comentários de quem não quer ver o seu trabalho ou rotinas alterados.
“Todos nós — líderes, gestores, diretores — passamos pelo processo de luto [ou despedida] e as nossas pessoas também”, afirma. Assumir isso é, para Pedro Afonso, o que distingue um gestor competente de um líder empático. Ainda que admita que parece um cliché, o responsável pela Axians, considera que é muito importante ser um líder empático — aquele que assume sentir o mesmo que os colaboradores da sua empresa sentem ao passar pelo processo de transformação digital.
Assegurar que as pessoas estão incluídas e empenhadas neste processo, ao mesmo tempo que se garante não estar a causar-lhes nenhum trauma (devido à velocidade com que todas as mudanças ocorrem), devem ser prioridades. Contudo, por outro lado, Pedro Afonso confessa gostar desse fator velocidade. “Gosto de ter resultados rápidos, antecipar os resultados, começar várias iniciativas de transformação, desenvolver o negócio em Portugal e lá fora”, diz.
Há que pensar em tudo isto como um líder empático e, ao mesmo tempo, que toma decisões relevantes. Pedro Afonso desafia os líderes e gestores presentes no auditório do Centro de Congressos do Estoril a pensar sobre a sua relevância e a relevância das suas decisões.
Neurociências ao serviço da liderança
Durante a sua intervenção, Pedro Afonso reforçou o papel das neurociências na liderança, que uma equipa de research o aconselhou a introduzir no processo. As neurociências podem ser colocadas ao serviço da liderança e transformação, de modo a acrescentar-lhes valor, e, quando em conjunto com as novas tecnologias, esta dinâmica “torna-se muito poderosa”, explica.
As novas ciências, se ao serviço da liderança e das novas tecnologias, permitem antever as reações aos processos de transformação. “Não estou a falar de um gabinete de psicologia, não se trata de reagir à posteriori. Trata-se de usar estas ciências para reagir à priori“, afirma.
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