Projeções macroeconómicas do Governo são “otimistas” mas “exequíveis”, diz UTAO
Se o contexto externo não vier a ser "significativamente pior do que o esperado", as projeções do Governo para a evolução da economia são "exequíveis", antecipa a UTAO.
As projeções macroeconómicas do Ministério das Finanças para o próximo ano são “otimistas”, mas “exequíveis”, desde que o contexto externo não seja significativamente pior do que o esperado. A análise é feita pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), na apreciação preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019, que foi entregue, esta segunda-feira, à Assembleia da República.
“As projeções do Ministério das Finanças para as variáveis que constam do cenário macroeconómico evidenciam algum otimismo, particularmente no investimento, embora exequíveis desde que o contexto externo não venha a ser significativamente pior do que o esperado nas hipóteses assumidas para o enquadramento internacional”, pode ler-se no relatório, a que o ECO teve acesso.
Na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,2% em 2019 (uma projeção que fica ligeiramente abaixo do que o Governo tinha previsto no Programa de Estabilidade conhecido em abril, altura em que apontava para que o PIB crescesse 2,3% também em 2019).
Quanto ao investimento, a área que mais dúvidas levanta à UTAO, o Executivo antecipa que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aumente 5,2% (uma revisão em baixa face à previsão de 6,2% que apresentava em abril) e 7% em 2019. “Tendo em consideração que esta componente apresenta um dos principais contributos da procura interna para o crescimento em 2019, então a sua concretização adquire especial relevância para se cumprir a projeção de crescimento do PIB em 2019“, refere a UTAO sobre este indicador.
Esta unidade especializada mostra ainda receios em torno do “conjunto alargado de variáveis externas que podem condicionar o desempenho das variáveis que constam do cenário macroeconómico, em particular o investimento e as exportações“.
Ao mesmo tempo, aponta, “a elevada dívida externa e a [posição de investimento internacional] negativa são vulnerabilidades que aumentam o risco da economia nacional às oscilações nos mercados financeiros”. Há, ainda, que considerar os “riscos decorrentes da instabilidade política em países produtores de petróleo, bem como a procura externa relevante dirigida à economia portuguesa poder ser afetada pelo protecionismo crescente dos Estados Unidos e pela possível saída do Reino Unido do mercado único na sequência do Brexit.
A prejudicar a economia portuguesa poderá estar também a “evolução divergente entre a política monetária da área euro e a dos Estados Unidos”, que poderá” “afetar as taxas de câmbio e as taxas de juro nos mercados monetários e financeiros”.
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