Generalitat pediu à China 11 mil milhões para criar um banco central
As autoridades espanholas descobriram emails trocados em 2016 entre o Governo chinês e alguém chamado "Pere", que acreditam tratar-se de Pere Aragonès, vice-presidente da Catalunha.
A Generalitat terá solicitado ao Governo chinês um empréstimo de 11 mil milhões de euros para criar o Banco Central da Catalunha. De acordo com a notícia avançada esta sexta-feira pelo El Mundo (conteúdo em espanhol), a Guarda Civil descobriu um conjunto de emails, datados de 2016, onde estavam implícitas as conversações entre as autoridades orientais e alguém identificado como “Pere”. As investigações levam a crer que se trata de Pere Aragonès, vice-presidente da Catalunha.
Foi através de uma pen pertencente a Josep Lluís Salvado, na altura assessor do ex-vice-presidente da Generalitat Oriol Junqueras, que foi descoberta esta troca de conversas. Com base nos emails, trocados em maio de 2016, as autoridades da Catalunha iniciaram uma investigação, na qual acreditam que Pere Aragonès, vice-presidente da Catalunha, fez esse pedido à China, através de um intermediário.
Aragonès é também associado a estas conversas uma vez que foi feita a “referência uma pessoa chamada Pere e, sobretudo, ao facto de os emails tratarem um assunto tão importante como o financiamento externo da Catalunha”, lê-se no relatório policial a que o El Mundo teve acesso.
De acordo com o El Confidencial (conteúdo em espanhol), na pen constava ainda um power point em inglês sobre a “viabiliade da declaração unilateral da independência da Catalunha” que teria sido usado como uma espécie de carta de apresentação à China. “Neste documento, além de estarem explicados vários parâmetros — população, localização, cultura, economia, etc. –, há ainda uma apresentação dos aspetos mais importantes da economia da Catalunha“, lê-se no relatório.
No mesmo documento consta ainda que “as autoridades chinesas responderam, solicitando duas informações: se esses 11 mil milhões seriam para declarar unilateralmente a independência da Catalunha e questionaram ainda se estavam relacionados com o processo de criação de um Banco Central da Catalunha”.
Nas novas provas descobertas pela polícia, aparecem ainda outras “perguntas formuladas pelo Governo chinês” antes de dar aprovação ao empréstimo. Entre elas se o Governo catalão sabia “que percentagem do Banco Central da Catalunha” queria ter e quais os membros que estavam previstos para a administração. Os chineses estavam ainda interessados em saber quando estava previsto criar o novo banco central e ainda onde se iria localizar.
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