VdA e ECO promovem ciclo de debates sobre tecnologia

  • ADVOCATUS
  • 27 Novembro 2018

O ECO e a VdA, no âmbito de um Ciclo de Conversas: "Business powered by Technology", promovem vários encontros. O primeiro encontro é a 5 de dezembro. Leia a entrevista ao sócio Resina da Silva.

O ECO e a VdA, no âmbito de um Ciclo de Conversas: “Business powered by Technology”, promovem vários encontros a ter lugar em 2018 e 2019. O primeiro encontro é já no dia 5 de dezembro, das 18h00 às 19h30 no auditório da VdA , Rua Dom Luís I, 28. Inscreva-se aqui.

O mote desse primeiro encontro centra-se no tema: “Como as tecnologias estão a transformar a gestão”, com a presença dos gestores Ângelo Ramalho e José Gonçalves, que vão partilhar a visão e experiências dentro deste tema, dando a conhecer o casos EFACEC e a experiência da Accenture, com a moderação de António Costa, Publisher do ECO e enquadramento de Fernando Resina da Silva, sócio da VdA.

Leia aqui a entrevista feita a Fernando Resina da Silva.

De que é que estamos a falar em concreto quando relacionamos a evolução tecnológica com as mudanças nas práticas de gestão?

De repente, ficou longe o tempo em que a tecnologia nas empresas se limitava, no essencial, a um conjunto computadores e aplicações de software. Num curto espaço de tempo tudo mudou. As tecnologias invadiram todas as componentes da atividade empresarial, seja na gestão, na produção, no marketing e vendas, na logística. A multiplicidade de tecnologias atuais e de ambientes tecnológicos por estas criados, como a inteligência artificial, a robótica, o Cloud Computing, a Internet das Coisas (IoT), o Big Data, o 3D printing, a Nanotecnologia e mesmo o recente Blockchain, estão, de uma forma tão profunda, a revolucionar a forma como são concebidos, produzidos e vendidos os produtos e serviços, que colocam em causa os próprios modelos de negócio das empresas. Daí a necessidade dos gestores, não só compreenderem como as tecnologias estão a impactar a forma como as empresas trabalham, mas como devem adaptar os próprios modelos de negócio a esta nova realidade. Esta 4ª revolução industrial, na era do digital, está a obrigar as empresas a uma completa transformação digital e esta mudança é tão dramática que se não existir uma visão estratégica e uma forte liderança dos gestores de topo não terá sucesso e os gestores que teimarem em manter as suas empresas num ambiente analógico e de business as usual estão matar as empresas que gerem.

É certo que deverá variar de setor para, de indústria para indústria, mas quais serão tipicamente as áreas da gestão mais impactadas?

Existem setores e indústrias que estão mais rapidamente a adotar as novas tecnologias. Os setores da saúde, banca e serviços financeiros, retalho, turismo e o setor automóvel são talvez os mais impactados. Mas a realidade é que todos os setores e todas as atividades estão debaixo de uma grande pressão para se manterem competitivas. Em todos os setores aqueles que souberem primeiro e melhor aproveitar a inovação e a eficiência que as tecnologias permitem serão os que melhor navegarão nestes novos mares. Quanto às áreas da gestão todas serão sem dúvida impactadas, já que o próprios modelos de negócio têm de ser colocados em causa, mas eu salientaria a gestão da inovação (fundamental para a diferenciação), a gestão da produção (com tecnologias como a robótica), a gestão financeira e de risco (com as tecnologias de inteligência artificial e análise predicativa), a gestão de marketing e vendas (com os novos canais digitais de comercialização) e a gestão de recursos humanos (com a tensão que criada pela crescente substituição do homem pela máquina e pelo surgimento de novas profissões e modos de trabalho).

À luz do que é a vossa experiência com as empresas, quais os principais desafios que se colocam às empresas portuguesas no domínio legal aplicado a este conjunto de temas?

O processo de transformação digital associado à utilização das novas tecnologias é complexo e não existe uma solução que a todos sirva. E não é por ter um site interativo ou por colocar o email na Cloud que se pode falar em transformação digital. Apesar de muitas empresas se encontrarem ainda à procura do seu caminho nesta matéria, sentimos que existe um cada vez maior número que tem já uma estratégia para abordar este processo. Porque, como referi, todas as áreas da empresa são impactadas, os desafios legais são igualmente transversais. A situação torna-se mais complicada pois a lei, compreensivelmente, não acompanha o ritmo de desenvolvimento da tecnologia. Aí reside o trabalho dos advogados: como melhor interpretar e aplicar uma lei, que foi pensada para uma realidade diferente, a estas novas realidades. As novas soluções de mobilidade são um bom exemplo disto: a realidade em que até hoje vivíamos passava pela existência de automóveis, conduzidos por pessoas, que geralmente eram adquiridos e propriedade dos próprios. O nosso direito foi construído neste paradigma e, por exemplo, todo o regime da propriedade e da responsabilidade, bem como os modelos de contratualização, foram criados tendo em vista esta realidade. Hoje em dia o que vemos é o surgimento de automóveis autónomos (e já alguns voadores) em que pode não existir de todo um condutor, conectados com inúmeras redes (telecomunicações, energia, gestão de tráfego) e novos modelos alternativos à propriedade, como os de subscrição de serviços de mobilidade (desde trotinetes a automóveis), que levantam desafios legais complexos.

Quais são os principais objetivos da VdA ao promover este ciclo de debates?

As conferências que têm vindo a ser realizadas neste âmbito centram-se numa determinada tecnologia. Vemos conferencias sobre inteligência artificial, sobre blockchain, sobre robótica, que tratam da tecnologia, mas não a ligam a funções específicas dentro de uma empresa. O que pretendemos fazer neste ciclo é o inverso: partir das funções e responsabilidades dentro de uma empresa e analisar que tecnologias podem contribuir para o desempenho desses profissionais. Trata-se assim de segmentar os destinatários destas conferências e, partindo das suas áreas funcionais, analisar quais as tecnologias com maior impacto nessas áreas e como podem e têm vindo a ser exploradas. Vamos iniciar este ciclo com uma conferência com um âmbito mais lato, para gestores, e depois iremos realizar outros encontros destinados a outras funções, como na área financeira, de risco e compliance, marketing e vendas, recursos humanos ou logística. Desta forma cada profissional encontrará nestes encontros a abordagem tecnológica para a sua área de atuação.

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