OPEP já desenhou novos cortes de produção petrolífera. OK final depende da Rússia

Fontes dentro da reunião em Viena garantiram à Reuters que a extensão do acordo está decidida. Os líderes esperam agora o encontro com os países fora do cartel para definir o montante.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terminou a reunião, que decorreu esta quinta-feira em Viena, sem um acordo oficial. No entanto, duas fontes garantiram à agência Reuters que foi decidida, de forma provisória, a extensão do acordo de cortes de produção petrolífera no próximo ano e espera agora pelo encontro com os países de fora do cartel para decidir o volume, segundo garantiram duas fontes que participaram na reunião em Viena, à agência Reuters.

Após a reunião dos membros do cartel esta quinta-feira, irá acontecer na sexta-feira um novo encontro com outros países produtores que não estão no grupo, mas alinharam no acordo atualmente em vigor. Nesta nova reunião, do grupo conhecido como OPEP+, a posição da Rússia será particularmente relevante para decidir o volume dos cortes.

“Esperamos concluir algo até ao final do dia de amanhã [sexta-feira]. Temos de conseguir que os países de fora da OPEP alinhem”, disse o ministro da Energia da Arábia Saudita Khalid al-Falih antes da reunião, em declarações citadas pela Reuters. “Se nem todos estiverem disponíveis para se juntarem, teremos de esperar até que estejam”.

O ministro saudita acrescentou que um corte de um milhão de barris por dia seria “aceitável”. Para isso, a Rússia teria de contribuir com uma redução de 150 mil barris de petróleo por dia, mas o montante do país — que o é o maior produtor do grupo OPEP+ — ainda não é certo até porque o ministro da Energia russo Alexander Novak chamou a atenção, também à entrada para a reunião, para a dificuldade do país em produzir menos petróleo durante o inverno.

Os preços do petróleo começaram a cair quando a Arábia Saudita, a Rússia e os Emirados Árabes Unidos aumentaram a produção em junho, para compensar as sanções dos EUA ao Irão. Com a matéria-prima a aproximar-se dos 50 dólares, novos cortes poderão levar a uma recuperação do valor. À hora do fim da reunião (16h30 em Lisboa), o preço do crude WTI desvaloriza 5,10% para 50,19 dólares por barril e o brent londrino cai 4,78% para 58,62 dólares.

Trump pressiona e produção dos EUA em recordes

Os EUA não estão na reunião, mas a presença faz-se sentir. O aumento da produção de petróleo nos EUA — impulsionada parcialmente pelo petróleo de xisto que se tornou mais rentável com a subida dos preços — tem sido um dos fatores a pesar na estratégia da OPEP. Enquanto o grupo se reunia foi conhecida que a quantidade de petróleo que os EUA lançaram no mercado internacional atingiu novos máximos.

As exportações de crude dos EUA atingiram os 3,2 milhões de barris por dia, na semana passada, para o valor mais elevado de sempre, segundo dados publicados esta quinta-feira pela Administração de Informação de Energia, cujas estatísticas semanais remontam a 1991.

Em sentido contrário, as importações caíram para o nível mais baixo de sempre, nos 4 milhões de barris por dia. Ainda assim, os stocks caíram, na semana passada, pela primeira vez em 11 semanas.

A par do aumento do petróleo norte-americano no mercado, o presidente Donald Trump tem sido um dos maiores críticos da estratégia da OPEP. Antes da reunião, pediu OPEP para fazer o contrário do que é a expectativa do mercado. “Se tudo correr bem, a OPEP continuará a produzir petróleo como o está a fazer, sem restrições. O mundo não quer ver, não precisa, de preços de petróleo mais altos”, escreveu esta quarta-feira Donald Trump, na rede social Twitter.

[Notícia atualizada às 16h40]

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