Caso Huawei tirou mais de mil milhões à bolsa de Lisboa em dia negro nos mercados
Detenção da administradora da Huawei abriu novo capítulo negro no histórico recente da confrontação entre EUA e China. Assustados, investidores fugiram ao risco. Bolsa lisboeta caiu mais de 2%.
Quanto custou a detenção da administradora financeira da Huawei no Canadá? Para os investidores em Lisboa, muito dinheiro. Mais de 1.000 milhões de euros foram retirados da bolsa nacional só na sessão desta quinta-feira, depois de Wanzhou Meng, filha do fundador da tecnológica chinesa, ter sido detida por suspeitas de violação das sanções aplicadas pelos EUA ao Irão. Mas o PSI-20 não foi caso único na dimensão dos prejuízos.
O índice português de referência caiu 2,1% para 4.817,69 pontos. Em termos de capitalização bolsista, isto representa uma perda de 1.270 milhões de euros para as cotadas que figuram na principal bolsa nacional. Apenas duas ações escaparam à pressão vendedora: a F. Ramada e a Sonae Capital.
Foram avultados os prejuízos entre os pesos pesados nacionais. Que o diga a Galp: as ações caíram 3,35% para 14,27 euros, num dos piores desempenhos por cá. Isto corresponde a uma desvalorização do market cap da petrolífera nacional na casa dos 380 milhões de euros, tendo sido castigada pelo tombo dos preços do petróleo em Londres: o barril londrino cai mais de 4%, apesar de a OPEP estar perto de chegar a um acordo para reduzir a produção e assim controlar a cotação do “ouro negro”.
Ainda no setor da energia, a EDP e a EDP Renováveis cederam mais de 2%. Também as ações do BCP, banco que viu a agência Fitch melhorar o seu rating esta quinta-feira, desceram de forma acentuada: -2,57% para 0,2425 euros.
Lá fora o dia também foi de fuga ao risco. O Stoxx 600 derrapou mais de 3%, assim como os índices de Milão e de Frankfurt. Aqui ao lado, o IBEX-35 de Madrid deslizou 2,75%. Do outro lado do Atlântico, Wall Street perde mais de 2%.
“A CFO da Huawei foi detida no Canadá onde dizem que vai ser extraditada para os EUA. Não se conhecem bem as causas desta detenção. Deste episódio, as elações que se podem tirar, é que podem colocar em perigo as já instáveis relações entre os EUA e a China. A insegurança e a incerteza são os fatores que mais pressionam as bolsas”, explicou Carla Maia Santos, da XTB Broker.
“Depois da solução apresentada na reunião do G20, os 90 dias de tréguas entre os EUA e a China são colocados em xeque“, contextualizou ainda.
Considerado um ativo de refúgio, a onça do ouro brilha esta quinta-feira: valoriza 0,3% para 1.241,1 dólares.
(Notícia atualizada às 17h13)
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