Montepio tem lucros, mas poucos

No terceiro trimestre deste ano, o Montepio registou um lucro de 144 mil euros, mas nos nove meses o prejuízo foi de 67,5 milhões. Contribuição para o setor bancário atingiu os 26,4 milhões de euros.

A Caixa Económica Montepio Geral registou um lucro marginal no terceiro trimestre deste ano, de 144 mil euros, o primeiro resultado positivo da equipa liderada por José Félix Morgado. Nos primeiros nove meses, claro, o prejuízo acumulado foi de 67,5 milhões de euros, revela o banco em comunicado na CMVM.

O Montepio revela que este resultado é “penalizado pelos impactos específicos ocorridos no primeiro semestre, relacionados com os custos com o processo de redimensionamento da estrutura operativa, com as contribuições sobre o setor bancário, para o Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional e com perdas em investimentos financeiros”.

Os impactos foram contabilizados pelo banco liderado por José Félix Morgado em 90,1 milhões de euros e estão relacionados com o processo de reestruturação do Montepio (32 milhões de euros), as contribuições para o setor bancário (Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional) (26,4 milhões de euros) e ainda a investimentos financeiros (52,2 milhões de euros). Este último item terá tido um efeito fiscal nas contas do Montepio de 20,5 milhões de euros.

De destacar que a contribuição para o setor bancário mais do que duplicou totalizando os 26,4 milhões de euros, face aos 12,9 milhões de euros registados no período homólogo de 2015.

O banco liderado por José Félix Morgado sublinha que excluídos estes impactos, ocorridos durante o primeiro semestre, “o resultado líquido dos primeiros nove meses de 2016 fixou-se em 22,6 milhões de euros”.

E o negócio bancário? A margem financeira aumentou 10,3% em termos homólogos, para 201,1 milhões de euros, e, segundo a gestão do Montepio, este número explica-se pelo ‘repricing’, leia-se aumento das comissões, e a substituição de dívida mais cara por outra, a juros mais baixos. Já o produto bancário cresceu 4,9% em relação aos primeiros nove meses do ano.

No final de Setembro o banco apresentava um crescimento no depósito dos clientes que totalizavam os 12,6 mil milhões de euros, uma subida de 39,6 milhões de euros, ou um crescimento de 0,3% face aos primeiros nove meses de 2015. Este valor representa 59,3% do total das fontes de financiamento.

Em termos de cobertura do crédito em risco este era no final dos primeiros nove meses do ano de 118,9%, considerando as imparidades e as garantias hipotecárias associadas.

O Montepio reforçou os rácios de capital, com o CET1 a subir para 10,43% e do rácio de capital total para 11,01%, contra os 8,82% e os 9,74% registados em dezembro de 2015, respetivamente).

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