Petróleo derrapa 5% até mínimos de setembro de 2017. Excesso de oferta pressiona

As cotações do "ouro negro" estão sobre forte pressão nos mercados, recuando até mínimos de setembro de 2017. Perspetivas de recordes de produção nos EUA e Rússia pressionam.

O “ouro negro” está sobre forte pressão nos mercados internacionais. O preço do barril de petróleo derrapa 5%, até mínimos de setembro do ano passado, cedendo aos sinais que apontam para um excesso de produção da matéria-prima nos EUA e na Rússia, mas também pelo sell-off nos mercados acionistas.

O preço do barril de brent — referência para as importações nacionais — segue a perder 3,79%, para os 57,35 dólares, no mercado londrino, tendo já estado a deslizar perto de 4% até aos 57,20 dólares, mínimos de outubro do ano passado. Já o crude negociado em Nova Iorque está a desvalorizar 5,01%, para os 47,38 dólares por barril, a cotação mais baixa desde setembro de 2017, depois de já ter chegado a negociar nos 47,84 dólares.

Trata-se do terceiro dia consecutivo de perdas para o petróleo, que são agudizadas nesta terça-feira, com a matéria-prima a acumular um recuo de mais de 30% desde as primeiras sessões de outubro devido à aceleração dos stocks a nível global.

Cotação do brent derrapa

Fonte: Reuters

A pressão negativa sobre o preço do petróleo é agudizada nesta sessão pelo sell-off dos mercados acionistas. “Grande parte do movimento [queda] deve-se a um sell-off alargado dos mercados, com os mercados dos EUA e da Ásia a estarem sobre pressão”, disse à Reuters Warren Petterson, estratega de commodities do banco holandês ING.

Sell-off que também se estende hoje aos mercados europeus depois de, na sessão de segunda-feira, o norte-americano S&P 500 ter terminado em mínimos de 14 meses, face aos receios em torno do crescimento económico global que também contribui para o desequilíbrio entre a procura e a oferta de petróleo.

O mesmo especialista diz ainda que, no que respeita ao mercado petrolífero, “não há ainda sinais claros relativamente a uma contração do mercado“.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros produtores, entre os quais a Rússia, acordaram neste mês em reduzir a produção de “ouro negro” em 1,2 milhões de barris diários com vista a colocar um travão no desequilíbrio entre a procura e a oferta e suportar os preços.

Mas os cortes não vão acontecer até ao próximo mês, sendo que entretanto a produção está próxima de níveis recorde nos EUA, Rússia e Arábia Saudita. O output de petróleo na Rússia atingiu este mês um recorde de 11,42 milhões de barris diários, adiantou uma fonte próxima à Reuters.

Já a agência de informação sobre energia dos EUA disse na segunda-feira esperar que a produção de petróleo com origem nos oito maiores produtores de petróleo de xisto deverá crescer mais de oito milhões de barris/dia pela primeira vez.

(Notícia atualizada às 17h36)

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